Até sexta, 9 de junho

ONU realiza primeira conferência sobre oceanos

Além do chamado global à ação, a conferência sobre os oceanos também pretende gerar centenas de novos comprometimentos

Da redação, com Rádio ONU

Autoridades de todo o mundo reúnem-se na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, a partir desta segunda-feira, 5, para promover ações contra a degradação marinha.  A abertura coincide com o Dia Mundial do Meio Ambiente.

A primeira Conferência sobre os Oceanos busca parcerias para a implementação do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 14, que trata da conservação de mares e oceanos e do gerenciamento de recursos marinhos.

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Compromissos voluntários

Além do chamado global à ação, o encontro também pretende gerar centenas de novos comprometimentos. Até o momento, 290 compromissos voluntários já foram feitos e mais são esperados. São iniciativas de países, empresas ou pessoas, individualmente ou em parceria, incluindo governos, o sistema das Nações Unidas, a sociedade civil e o setor privado.

Também é esperado um relatório final, que incluirá, entre outros temas, o resumo de diálogos sobre poluição marinha, conservação dos oceanos, ecossistemas marinhos e pesca sustentável.

Em entrevista à ONU News, o presidente da Assembleia Geral, Peter Thomson, explicou porque agora é a hora de defender os oceanos.

Plástico

Thomson citou como exemplo poluição marinha. Segundo ele, se nada for feito, em 2050 haverá a mesma quantidade de plástico e de peixes nos oceanos.

O presidente da Assembleia Geral quer ação imediata, porque os peixes que ingerem pedaços de plástico vão parar na nossa mesa de refeição. Ele destaca que isso não é bom para o ser humano.

A Conferência sobre os Oceanos é especialmente revelante para os países caribenhos, destaca o diretor do Centro de Informação da ONU para a região.

Impactos

Juan Miguel Diez afirma que o encontro é “um sonho realizado” para as nações do Caribe, como Trinidad e Tobago, que abriga 1,4 milhão de habitantes.

A maioria depende do mar para sobreviver, explica a representante da FAO em Trinidad e Tobago, a agência da ONU para Agricultura e Alimentação.

Segundo Neila Bobb Prescott, em Trinidad e Tobago, a extensão do mar é 15 vezes maior do que a da terra. Por isso, muitas famílias são impactadas pela saúde do sistema marinho.

Sobrepesca

A representante da FAO destaca que as estações de gás e de petróleo do país estão localizadas no mar, colocando em risco as espécies da ilha. A Universidade de Trinidad e Tobago calcula que as exportações de gás e de petróleo representam 60% do Produto Interno Bruto, PIB.

O presidente do grupo Pescadores e Amigos do Mar, Terrance Beddoe, contou à ONU News que em maio, houve um vazamento de um tanque de petróleo, que se espalhou por até cinco milhas no Golfo de Paria, na costa oeste de Trinidad, impactando os peixes.

Dados das Nações Unidas revelam que 56% dos peixes do mundo todo saem do mar e o restante é criado em tanques. Segundo a Conferência da ONU sobre Comércio e Desenvolvimento, Unctad, a pesca está num nível biológico insustentável. O grau de exploração no Mar Mediterrâneo está a 70% e no Mar Negro, a 90%.

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