Pelo 20º ano

ONU pede fim do embargo dos EUA contra Cuba

A Assembleia Geral da ONU pediu nesta terça-feira, 25, pelo vigésimo ano consecutivo, o fim do embargo comercial dos Estados Unidos contra Cuba, enquanto o regime comunista de Havana qualificou de fraudulentas as iniciativas norte-americanas para reverter parcialmente as restrições.

Como nos anos anteriores, uma ampla maioria votou pelo fim das sanções: 186 países, incluindo alguns dos maiores aliados de Washington. Só Israel votou junto com os EUA contra a resolução e três pequenos países da Oceania –Ilhas Marshall, Micronésia e Palau– se abstiveram.

Em janeiro, o presidente norte-americano, Barack Obama, atenuou as restrições para viagens e remessas financeiras para Cuba, e no mês passado afirmou estar disposto a fazer novas concessões, desde que Havana sinalizasse a intenção de libertar presos políticos e garantir direitos humanos básicos.

Mas analistas dizem que não há nenhuma chance de Obama revogar o embargo comercial que já dura 49 anos, já que ele disputará a reeleição em 2012, e a Flórida, um Estado eleitoralmente importante, tem um grande contingente de exilados cubanos contrários ao fim do embargo.

Ao apresentar a resolução, o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, disse que ao longo dos anos o embargo já causou um prejuízo de 975 bilhões de dólares ao seu país.

"Apesar da falsa imagem de flexibilidade que a atual administração dos EUA pretende retratar, o bloqueio e as sanções permanecem intactos, estão plenamente implementados e seu caráter extraterritorial se intensificou nos últimos anos."

A posição de Obama, acrescentou Rodríguez, representa "a mesma posição surrada e repetitiva ancorada no passado." "O que o governo dos EUA quer que mude não irá mudar", concluiu o chanceler, que foi longamente aplaudido.

O representante dos Estados Unidos, Ronald Godard, disse que a resolução é "um exercício sem sentido … destinado a confundir e turvar."

Ele reiterou que Washington julga ter "o direito soberano … a determinar suas políticas bilaterais", e que as medidas buscam "estimular um ambiente mais aberto em Cuba, um maior respeito pelos direitos humanos e as liberdades fundamentais."

Ele lembrou que o embargo não inclui alimentos, remédios e remessas financeiras, e disse que em 2010 os EUA autorizaram a venda de produtos num valor de 3,5 bilhões de dólares para Cuba, sendo 361,7 milhões em produtos agrícolas.

O diplomata pediu também a libertação incondicional do norte-americano Alan Gross, que estava em Cuba para uma suposta missão humanitária, mas foi detido sob a acusação de distribuir ilegalmente comunicações por satélite e acesso à Internet aos cubanos.

 

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