75 ANOS DA ONU

ONU ainda precisa responder aos anseios do mundo, diz Parolin

Secretário de Estado do Vaticano teceu alguns comentários sobre os 75 anos da ONU e reiterou o apoio à entidade pela Santa Sé

Da redação, com Vatican News

Cardeal Pietro Parolin / Foto: Vasily Fedosenko – Reuters

A Santa Sé expressou seu apoio às Nações Unidas, urgindo-os a continuar respondendo às “esperanças intactas dos povos do mundo”. O secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, fez esta exortação em um comunicado durante uma reunião virtual do alto comissariado da ONU nesta segunda-feira, 21, a fim de celebrar os 75 anos das Nações Unidas.

A ONU foi oficialmente criada em 24 de outubro de 1945, quando a Carta da ONU foi ratificada pela maioria de seus signatários, incluindo os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança. O Dia das Nações Unidas, porém, é comemorado em 24 de outubro de cada ano.

Desde 1964, a Santa Sé tem o status de Estado Observador Permanente na ONU e possui uma Missão Observadora Permanente na sede da ONU em Nova York. O tema da reunião de segunda-feira, que contou com a presença de muitos líderes mundiais, foi: “O futuro que queremos, as Nações Unidas que precisamos”.

Fonte de paz e esperança

Invocando os ideais fundadores da ONU, o cardeal Parolin observou que, nos últimos 75 anos, os povos do mundo se voltaram à entidade como uma fonte de esperança para a paz mundial e a harmonia entre os Estados. Eles esperam o fim dos conflitos e contendas, mais respeito pela dignidade da pessoa humana, alívio do sofrimento e da pobreza e o avanço da justiça.

O alto funcionário do Vaticano depois do Papa Francisco, destacou que a Santa Sé apoiou e assumiu um papel ativo dentro da ONU. Sucessivos Pontífices se dirigiram à Assembleia Geral, “exortando esta nobre Instituição a ser um centro moral onde cada país se sente em casa”. “É onde a família das nações se reúne e onde a comunidade internacional — em um espírito de fraternidade humana e solidariedade — avança de maneira conjunta com soluções multilaterais para os desafios globais”, ponderou o cardeal.

O cardeal disse que a pandemia causada pelo Covid-19 deixou claro que não podemos continuar pensando apenas em nós mesmos ou promovendo divisões. Precisamos trabalhar juntos para “superar as piores pragas do mundo, cientes de que o fardo carregado por alguns afeta necessariamente a humanidade e toda a família das Nações”.

Realizações de 75 anos

Elogiando as realizações do organismo mundial nos últimos 75 anos, o cardeal Parolin disse que protegeu e serviu ao direito internacional, promovendo um mundo baseado no estado de direito e na justiça e não as armas e o poder. Alimentou os famintos, construiu casas para os desabrigados, comprometeu-se com a proteção de nosso lar comum e promoveu um mundo de desenvolvimento humano integral.

O principal diplomata do Vaticano disse: “A ONU tem se esforçado para defender os direitos humanos universais, que também incluem o direito à vida e à liberdade de religião, pois são essenciais para a promoção tão necessária de um mundo em que a dignidade de cada pessoa humana é protegida”.

Falhas

O cardeal Parolin também destacou que a ONU nem sempre fez jus aos seus ideais e se prejudicou sempre que interesses particulares triunfaram sobre o bem comum. Portanto, é necessário revitalizar seu espírito original, em consonância com a Carta de princípios e propósitos, no contexto de um mundo em constante mudança.

Diplomatas que representam seus países, acrescentou o cardeal, também precisam procurar pelo bem comum na fé, por meio do consenso generoso.

Apesar disto tudo, observou Parolin, é na ONU que “os povos do mundo se unem no diálogo e na ação comum, é necessário tanto hoje como nunca para responder às esperanças inalteradas dos povos do mundo”, finalizou.

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