EFEITOS PÓS-INUNDAÇÃO

No Paquistão, vítimas de enchentes tomam banho em águas paradas

Segundo autoridades paquistanesas, as águas levarão até seis meses para recuarem completamente, aumentando o risco do surgimento de doenças como cólera e dengue

Da redação, com Reuters

As águas paradas das enchentes que devastaram o Paquistão estão causando diversas doenças à população / Foto: Reprodução Reuters

As regiões atingidas pelas enchentes no Paquistão ficaram infestadas de doenças como malária, dengue, diarreia e problemas de pele, segundo o governo da província de Sindh, no sul, em um relatório divulgado nesta sexta-feira, 16, mesmo após as águas das enchentes serem drenadas dessas áreas.

Autoridades paquistanesas dizem que pode levar até seis meses para que as águas das enchentes recuem completamente, aumentando as preocupações com doenças transmitidas pela água, como dengue e cólera.

Mas como as temperaturas em algumas áreas inundadas ultrapassam 40°C, milhões de pessoas deslocadas pelas enchentes estão vivendo ao ar livre sob o sol escaldante, muitas sem acesso a água potável.

Sendo assim, os desabrigados mergulham nessas águas e também as ingerem.

Sem ajuda

“Está extremamente quente; e estamos inundados pela água da enchente. Portanto, não apenas nadamos nesta água, mas também a bebemos, porque não temos outra água potável”, disse Abdul Aziz, morador de Sehwan, na província de Sindh, um das regiões mais atingidas pelas recentes inundações.

“Não estamos recebendo água potável do governo, então não temos outra opção”, disse Aziz, enquanto outros se jogavam na água, sem se importar com os perigos à espreita.

Em seu discurso na cúpula da Organização de Cooperação de Xangai (SCO) em Samarcanda, Uzbequistão, o primeiro-ministro Shehbaz Sharif disse que a água parada estava causando diversas doenças. As inundações tiraram a vida de mais de 1500 pessoas, incluindo pelo menos 528 crianças, de acordo com os últimos números do governo e do UNICEF.

Ajuda do Santo Padre

No início deste mês, o Papa Francisco enviou 100 mil dólares para as famílias que foram atingidas pelas inundações no Paquistão. A doação foi realizada por meio da Esmolaria Apostólica.

Em 28 de agosto passado, após a oração mariana do Angelus, o Pontífice fez um apelo diante da situação no país. E assegurou sua proximidade às populações do Paquistão afetadas por inundações de proporções desastrosas. “Rezo pelas muitas vítimas, pelos feridos e pelos deslocados, e para que a solidariedade internacional seja rápida e generosa”.

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