Médico esteve com Charlie ontem e deve preparar um relatório para ser apresentado na sexta; decisão da Alta Corte está marcada para 25 de julho
Da Redação, com Rádio Vaticano
O neurologista norte-americano Michio Hirano, que vai avaliar o estado de Charlie Gard, já está em Londres. Ele visitou o menino nesta segunda-feira, 17, junto aos colegas do Hospital Great Ormond Street e a um grupo internacional de especialistas, entre os quais um do Hospital Menino Jesus, mantido pelo Vaticano.
Hirano quer tentar uma terapia experimental com Charlie, que sofre de uma rara doença mitocondrial, acreditando que seu estado de saúde possa melhorar entre 10 e 50%. A visita de ontem durou cerca de cinco horas; Hirano submeteu Charlie a alguns exames junto com um time de especialistas. O médico da Universidade de Colúmbia também teve acesso ao prontuário de Charlie e agora vai preparar um relatório que será apresentado nesta sexta-feira, 21, ao juiz britânico. A Alta Corte vai voltar a se pronunciar em audiência final sobre o caso no dia 25 de julho.
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De início, a Alta Corte negou a possibilidade de tentar o tratamento nos Estados Unidos, abrindo caminho para que fosse desligado o respirador artificial que mantém Charlie vivo, decisão essa que está suspensa. Os pais são contra essa decisão da justiça e não têm medido esforços para tentar revertê-la.
Durante a visita do médico dos Estados Unidos, Charlie esteve sempre acompanhado por seus pais, Chris e Connie Gard, enquanto diversas associações e pessoas continuam se reunindo em torno da família com orações, vigílias, manifestações e recolhimento de assinaturas.
A professora de neurologia da Universidade Católica de Roma, Serena Servidei, disse que esse tipo de tratamento está em andamento em outras crianças com doença similar à de Charlie e que em se tratando de doenças raríssimas em que falta uma história natural é difícil fazer previsões. De toda forma, ela acredita que se deve tentar.
“Seguramente, no caso de Charlie, é justo tentar primeiro, teria sido justo tentar meses atrás, quando este mesmo professor americano se propôs a iniciar o tratamento, porque em todos esses meses em que este menino não foi tratado, no sentido de que não foi tratado com terapias específicas, perdeu-se tempo precioso para uma criança muito pequena como Charlie. Mas os pressupostos teóricos para que esta terapia tenha um efeito, existem”.