Outubro

Mês Missionário: religiosos explicam Missão Ad Gentes

Neste mês de outubro, a Igreja vive o Mês Missionário Extraordinário

Denise Claro
Da redação

Mês Missionário Extraordinário./ Foto: Divulgação

O mês de outubro de 2019 foi decretado pelo Papa Francisco Mês Missionário Extraordinário. Em sua mensagem para o Dia Mundial das Missões deste ano (comemorado dia 20), o pontífice afirma que esta é uma nova oportunidade para que os cristãos, em particular os jovens, tornem-se “discípulos missionários cada vez mais apaixonados por Jesus e pela sua missão, até os confins da terra”.

No Brasil, o mês de outubro já é tradicionalmente dedicado às Missões.  A Igreja no país tem se dedicado a ir a lugares longínquos, a chamada Missão Ad Gentes, às nações mais pobres, mas também fazendo muitas vezes o caminho inverso ao que fez a Igreja séculos atrás: e evangelizando a Europa. Muitas dioceses enviam missionários, Novas Comunidades abrem casas de Missão em países de primeiro mundo, onde há uma crise de fé. Países de onde saíram os primeiros santos, as primeiras referências da Igreja, mas que hoje experimentam até mesmo escassez de vocações e igrejas fechadas.

O diretor das Pontifícias Obras Missionárias, Padre Maurício da Silva Jardim, explica que a Missão nasce do encontro com a pessoa de Jesus Cristo.

“Esse dinamismo, esse movimento,  esse transbordamento nasce deste encontro.”

A palavra missio significa envio, da pessoa que não guarda pra si essa ‘Boa Notícia’, e sai de si mesmo para evangelizar o outro, anunciar Jesus Cristo. Em um mundo tão marcado por divisões e polarizações, o missionário é aquele que serve, dialoga, que testemunha o evangelho. Padre Maurício explica a missão Ad Gentes:

“O termo Ad quer dizer ‘para’. E gentes vem do latim, que quer dizer os ‘gentios, pagãos’. É a missão para aqueles que não são cristãos, os não batizados, onde o evangelho ainda não chegou. Num mundo de 7 bilhões de pessoas, mais de 5 bilhões de pessoas nunca ouviram falar de Jesus Cristo. Esses são os primeiros destinatários. É a missão fora do nosso território, de se colocar à disposição em outros países, culturas.”

A missão em primeiro lugar tem essa dimensão, mas também anunciar Cristo aos que estão perto. Para atender com excelência ao chamado de Deus, consequência desta uma experiência pessoal, especialmente em outras culturas e países, é preciso preparação.

O secretário executivo do Centro Cultural Missionário (CCM), padre Jaime Luiz Gusberti, explica o trabalho do organismo da CNBB, que prepara missionários que chegam para atuar no país, e também brasileiros que partem em Missão Ad Gentes:

“Nesta casa acolhemos missionários que vem de vários países do mundo, enviados por dioceses, congregações e institutos, onde recebem instrução sobre a língua portuguesa, sobre a realidade sócio-econômica-político-religiosa do país, e vivem uma semana numa família a dimensão comunitária. Também temos o curso Ad Gentes, onde brasileiros vivem em um mês dez módulos de formação para se preparar para ir a outros países.”

Quando perguntado sobre quem pode ser um missionário Ad Gentes, o sacerdote se adianta:

“Todos podem ser missionários. Basta estar integrado na vida da sua comunidade e ser apresentado por seu padre ou bispo. Temos exemplos no Regional Sul I, II, III, que enviam missionários para a África. O missionário sempre é enviado por uma Igreja em particular, uma diocese.”

Padre Maurício explica que hoje ainda não se sabe quantos são os religiosos e missionários brasileiros que atuam em outros países, mas que o problema será, em breve, resolvido:

“Estamos lançando neste domingo, 20, um aplicativo chamado Missão Ad Gentes. Na primeira fase iremos começar o cadastro de missionários e missionárias. Diretamente de Roma vai ter uma live explicativa pelo Vatican News, às 10h desta sexta-feira, 18.”

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