Israel e Palestina

Mediadores do Oriente Médio querem propostas para fronteiras

Mediadores internacionais vão pressionar Israel e os palestinos a colocar na mesa suas ideias sobre ajustes de segurança e das fronteiras para uma solução de dois Estados para o conflito no Oriente Médio dentro de três meses, disse o primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, nesta quarta-feira, 19.

Blair explicou que os mediadores farão reuniões separadas com israelenses e palestinos na próxima semana em Jerusalém, no mais recente esforço para reviver o processo de paz. Blair é o representante do Quarteto de mediadores, composto por Estados Unidos, União Europeia, Rússia e Organização das Nações Unidas.

Ao realizar reuniões separadas, o Quarteto fracassa em atender o objetivo estabelecido no comunicado de 23 de setembro de reunir as partes para um "encontro preparatório" com o objetivo de reviver as negociações de paz que sofreram colapso há mais de um ano.

Blair explicou que o comunicado de 23 de setembro também pedia que as partes estabelecessem "propostas detalhadas sobre fronteiras e segurança em três meses."

"Se conseguirmos que as partes concordem em fazer isso, então dentro de três meses saberemos onde cada um está em duas das questões centrais. Se conseguirmos chegar a um ponto onde dentro de três meses você verá quais são as propostas das partes sobre fronteiras, você verá onde estão os buracos. E isso será, a meu ver, um grande avanço", afirmou ele à Reuters.

A última rodada de negociações de paz entre o presidente palestino, Mahmoud Abbas, e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, entrou em colapso há mais de um ano, apenas poucas semanas depois de ter começado, por causa de uma disputa sobre a expansão dos assentamentos judaicos.

Os palestinos afirmam que Israel precisa interromper toda construção de assentamentos nas terras onde eles pretendem estabelecer seu Estado independente antes de qualquer nova conversa.

Abbas também quer que Israel concorde com termos claros de referência que esclareçam o acordo em princípio à ideia de um Estado palestino na Cisjordânia, Faixa de Gaza e leste de Jerusalém.

Já Netanyahu diz estar pronto para negociar com Abbas imediatamente, mas se recusou a impor novas restrições à construção de assentamentos.

Recentemente, Israel revelou planos para uma nova construção incluindo 2.600 casas em terras próximas ao leste de Jerusalém, onde os palestinos pretendem fundar sua capital.

"A decisão do assentamento é um problema, quero dizer que não há dúvida sobre isso. O Quarteto continuamente deixou claras suas preocupações e discordância com isso. Mas eu volto para uma coisa muito simples, que é de que no final, a melhor maneira de resolver essa questão do assentamento é resolver as fronteiras", disse Blair.

Blair enfrentou crescentes críticas de autoridades palestinas que o acusaram de ser a favor dos israelenses. Alguns sugeriram que ele deveria ser substituído. Ele negou as acusações de ter um viés.

 

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