De acordo com especialista, a média registrada atualmente já é 0,2°C mais quente do que julho de 2019, a mais quente registrada em 174 anos
Da redação, com Reuters
Em meio a uma onda de calor no Hemisfério Norte, analistas disseram nesta quinta-feira, 27, que o mês de julho parece estar a caminho de ser o julho mais quente já registrado.
“Julho é, em média, o mês mais quente do ano e será o mais quente em nosso registro observacional, e provavelmente muito além do ponto”, disse o cientista climático Karsten Haustein, da Universidade de Leipzig, na Alemanha, que divulgou um relatório a respeito.
Prevê-se que a temperatura global média deste mês seja pelo menos 0,2°C mais quente do que julho de 2019, a mais quente no registro observacional feito em 174 anos, de acordo com dados da União Europeia. Estima-se que julho de 2023 esteja aproximadamente 1,5°C acima da média pré-industrial.
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A Organização Meteorológica Mundial (OMM) da ONU e o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da União Europeia também disseram em um comunicado conjunto que é “extremamente provável” que julho de 2023 quebre este recorde.
O planeta está nos estágios iniciais do El Nino, que deixa as águas excepcionalmente quentes no Pacífico oriental. O El Nino normalmente proporciona temperaturas mais altas em todo o mundo, dobrando o aquecimento causado pela mudança climática causada pelo homem, que os cientistas disseram nesta semana ter desempenhado um papel “absolutamente esmagador” nas ondas de calor extremas de julho.
Os cientistas também esperam que 2023 ou 2024 termine como o ano mais quente nos livros de recordes, superando 2016.
A nova média
De acordo com especialistas, se o mundo não cortar a emissão de gases que causam o efeito estufa na atmosfera, as altas temperaturas que a Grã-Bretanha, por exemplo, vem experimentando, podem se tornar a média comum a partir de 2060 e frias até o fim do século.
As informações são do Met Office, serviço de análise meteorológica.
As temperaturas ultrapassaram 40°C na Grã-Bretanha em julho do ano passado pela primeira vez. O Met Office informou que 2022 foi o ano mais quente desde que os registros começaram em 1884 para o Reino Unido e desde 1659 em sua série de temperaturas analisadas na Inglaterra Central.
Em um relatório publicado nesta quinta-feira, 27, o Met Office disse que a alta do ano passado foi um sinal da mudança climática do Reino Unido e que, embora o país “tenha aquecido a uma taxa amplamente consistente em comparação com a mudança observada na temperatura média global, as observações mostram que na temperatura do Reino Unido extremos estão mudando muito mais rápido do que a temperatura média”.
O Met Office explicou ainda que seus estudos descobriram que tanto o ano quente recorde quanto a onda de calor de julho de 2022 foram provavelmente causadas pela mudança climática induzida pelo homem.