Ameaças hipotéticas foram colocadas em prática em exercícios de larga escala para a primeira visita de um Papa ao Iraque
Da redação, com Reuters
O Iraque está alocando milhares de seguranças adicionais para a visita de quatro dias que o Papa Francisco realizará ao país, de 5 a 8 de março.
Um oficial de segurança sênior forneceu informações acerca do plano de segurança e disse que as forças envolvidas foram treinadas para lidar com os piores cenários, desde batalhas nas ruas a bombardeios e ataques com foguetes. Nesta quarta-feira, 3, pelo menos 10 foguetes atingiram a base aérea de Ain al-Asad no Iraque.
As ameaças hipotéticas fazem parte de exercícios em grande escala em preparação para a visita, a primeira de um Papa ao Iraque. Além das preocupações com a violência, o país viu um aumento nos casos de Covid-19, complicando ainda mais os preparativos.
Esta viagem tem entre os objetivos o de mostrar solidariedade à devastada comunidade cristã do país de cerca de 300 mil fiéis. Isso é apenas um quinto do número antes da invasão estadunidense em 2003 e da brutal violência de grupos extremistas que se seguiu.
O Papa João Paulo II chegou perto de realizar uma visita ao país, mas as negociações com o governo do então líder Saddam Hussein foram interrompidas.
Preparativos para a chegada de Francisco
Cerca de 10 mil seguranças serão destacados para proteger Francisco, que pode viajar em carros blindados no que seria um desvio da norma para ele. Os preparativos para a viagem do Papa estão em alta velocidade há semanas.
Asfalto fresco foi colocado em algumas estradas que ele deverá usar, e dezenas de trabalhadores têm aplicado tinta nova nas calçadas e plantado flores ao redor das igrejas que ele visitará.
Cartazes e outdoors retratando Francisco foram erguidos, e imaculadas bandeiras do Iraque e do Vaticano tremulam lado a lado nos prédios.
Quase duas semanas atrás, o governo iraquiano proibiu a maioria das viagens entre as províncias e impôs um toque de recolher em todo o país das 20h às 5h, durante a semana, e 24 horas por dia de sexta a domingo, após um aumento acentuado nas infecções por Covid-19.
Um oficial da polícia disse que as precauções contra o coronavírus tornaram mais fácil aumentar a proteção para o Papa.