TRAGÉDIA

Na Líbia, 45 pessoas morrem no maior naufrágio registrado no ano

De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, outras 37 pessoas sobreviveram, apesar do alto número de mortos

Thiago Coutinho
Da redação, com informações do Acnur

Migrantes em um barco de madeira são resgatados pela tripulação do navio “Juventa”, da ONG alemã Jugend Rettet, no mar Mediterrâneo, na costa da Líbia / Foto: Stefano Rellandini – Reuters

Na segunda-feira, 17, um naufrágio tirou a vida de 45 refugiados na costa da Líbia. De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), entre os mortos se encontravam cinco crianças, que perderam suas vidas quando o motor do navio que as transportava para a costa de Zuara, cidade portuária libanesa, explodiu.

Ainda segundo o ACNUR, 37 pessoas sobreviveram e foram resgatadas por pescadores locais e, mais tarde, detidas enquanto desembarcavam. A maior parte dos mortos e sobreviventes era de Senegal, Mali, Chade e Gana.

O ACNUR e a Organização Internacional para Migração (IOM), responsáveis pelos resgates dos sobreviventes, apelam para uma revisão na forma como os estados abordam estas situações no Mediterrâneo. Para estas entidades, há uma necessidade urgente de se fortalecer a capacidade atual de busca e resgate para responder as chamadas de socorro.

Ainda segundo a ACNUR e a IOM, há uma completa ausência de um programa para busca e salvamento liderado pela União Europeia. “Tememos que sem um aumento urgente na busca e capacidade de resgate, há um risco iminente de outros acidente similares que trarão grandes perdas de vidas na região que compreende o Mediterrâneo Central”, lamentou a ACNUR em comunicado oficial.

Pelo menos 302 migrantes e refugiados morreram nesta rota neste ano. De acordo com o Projeto de Migrantes Desaparecidos da IOM e o ACNUR, o número atual estimado de fatalidades é provavelmente muito maior.

A preocupação do Papa com a migração

Em julho passado, na Missa em que lembrou o aniversário de sua viagem a Lampedusa, no dia 8 de julho de 2013, o Papa Francisco se lembrou da preocupação que Jesus Cristo nutria pelos mais necessitados. “O encontro com o outro é também um encontro com Cristo. Ele mesmo nos disse isso. É Ele quem bate à nossa porta, faminto, com sede, estrangeiro, nu, doente, preso, pedindo para ser encontrado e assistido, pedindo para poder desembarcar”, disse o Pontífice na ocasião.

Em seu pontificado, o Papa Francisco sempre se demonstrou consternado com o sofrimento que estas tragédias envolvendo o problema da migração traz, especialmente na Líbia, em que a situação é delicada. “Penso na Líbia, nos campos de detenção, nos abusos e nas violências que os migrantes sofrem, nas viagens da esperança, nos resgates e nas rejeições”, lamentou o Santo Padre.

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