Conferência Episcopal Portuguesa reafirma seu apoio a todas as iniciativas pela defesa da vida
Da redação, com Agência Ecclesia
A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) afirmou que acompanhou a aprovação dos projetos de lei sobre a despenalização da eutanásia com “enorme tristeza” e declarou seu apoio a todas as iniciativas que atuam na “defesa da vida”.
“É com enorme tristeza que assistimos hoje à decisão da Assembleia da República ao aprovar, em votação na generalidade, cinco projetos de despenalização da eutanásia”, lê-se no comunicado do secretário e porta-voz da CEP.
Padre Manuel Barbosa recordou a posição do Conselho Permanente, datada de 11 de fevereiro, onde foi assumida a necessidade de defesa da vida em profunda sintonia com o Papa Francisco. A Conferência Episcopal afirmou que acompanha e apoia todas as iniciativas que continuarão a decorrer pela defesa da vida e contra a eutanásia.
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O porta-voz da CEP lembra as declarações do cardeal-patriarca de Lisboa e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, dadas na tarde desta quinta-feira, 21, sobre o contexto do debate parlamentar, que sublinha a necessidade da vida ser “devidamente contemplada em todo o arco existencial”.
“Aquilo que importa enquanto Igreja, e importa a muitas outras forças da sociedade civil – a maior parte delas não são propriamente presenças religiosas, são profissionais de outras áreas – e até inter-religiosas, é que a vida seja devidamente contemplada em todo o arco existencial, independentemente do que possa acontecer legislativamente”, disse Dom Manuel Clemente.
Para o cardeal-patriarca de Lisboa, a vida “no seu todo” é “uma insistência” e uma convicção que “permanece independentemente do que possa acontecer legislativamente”. “Não basta dizer, como dizemos e insistimos porque estamos convictos disso, que a vida tem de ser contemplada no seu todo. Porque se começamos a fazer exceções, mesmo que sejam a pedido, a vida não se aguenta na sua inteireza”, sublinhou.
O cardeal-patriarca de Lisboa reafirmou o apelo que tem feito aos políticos de que “esta é uma frente comum, é uma frente humana, essencial” e não se pode “deixar ninguém sozinho ao longo da sua vida”, sobretudo quando mais precisa.
“Dizem-nos as pessoas, os clínicos, os voluntários que estão perto das pessoas que sofrem e que as acompanham que, em geral, não querem partir porque se sentem acompanhadas. A convivência é que é a vida”, acrescentou Dom Estefânia, durante missa que assinalou os 100 anos da morte de Santa Jacinta.
Reagindo também à aprovação pelos deputados dos cinco projetos de lei – BE, PS, PAN, PEV e Iniciativa Liberal – que visam a legalização da eutanásia em Portugal e depois de conhecidos os resultados, o arcebispo de Braga escreveu na sua conta na rede social Twitter que sente uma “tristeza de morte”:
“Vamos continuar o caminho. Aos que estiveram junto à Assembleia e manifestarem-se, quero expressar a minha gratidão como cidadão. De modo particular aos mais jovens. Hoje, de frente para o Parlamento, vi um futuro luminoso para Portugal”, acrescentou Dom Jorge Ortiga.
A Associação dos Médicos Católicos Portugueses (AMCP) afirmou que a decisão parlamentar fica na história do país como um dia ruim para a dignidade dos portugueses e marca um retrocesso civilizacional. “A AMCP apela ao Senhor Presidente da República que faça uso do seu poder de veto”, acrescenta o comunicado.
Os cinco projetos vão agora ser analisados na respectiva comissão parlamentar, depois segue-se a votação final e é enviado para apreciação do Presidente da República.