DEBATE PÚBLICO

Portugal vai discutir projeto que propõe legalização da eutanásia

Votação das propostas está marcado para o dia 20 de fevereiro; religiões se uniram contra a medida

Reportagem de Gracielle Reis e Jorge Silva

Na próxima semana, o Parlamento português votará propostas de legalização da eutanásia e do suicídio assistido no país. Diferentes religiões se uniram contra a medida nesta quarta-feira, 12, durante coletiva de imprensa em Lisboa.

Em 2018, representantes de comunidades cristãs, muçulmanas, judaicas, hindus e budistas presentes em Portugal já haviam assinado uma declaração conjunta na qual rejeitam a legalização da eutanásia no país.

“Não é legítimo abrir a possibilidade de alguém, a seu pedido, ver-lhe dada a morte ou ser ajudado a morrer, afirmou o porta-voz do Grupo de Trabalho inter-religioso “Religiões-Saúde”, padre José Nuno. “Ninguém, em consciência, deveria manifestar o seu voto se não tiver ao menos uma experiência de acompanhar três ou quatro pessoas no fim da vida”, acrescentou o pastor Jorge Humberto, da Aliança Evangélica Portuguesa”.

O texto ressalta que a Conferência Episcopal acompanha e apoia iniciativas contra a legalização, nomeadamente a realização de um referendo. “É um assunto tão sério da sociedade  que ela tem que ser consultada e ouvida sobre questões que são essenciais da própria vida”, ponderou o porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa, padre Manuel Barbosa.

Os bispos portugueses também recordaram a mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial do Doente, celebrado em 11 de fevereiro. No texto, ao se dirigir aos profissionais da saúde, o Papa enfatizou que sua ação priorize o valor e a dignidade da pessoa humana humana e não cedam a atos de supressão da vida, mesmo se o estado de saúde for irreversível.

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Diversas têm sido as mobilizações de cidadãos e membros de diferentes religiões. O movimento “sim à vida” quer apresentar ao Parlamento uma Iniciativa Popular de Referendo considerando que tal decisão deve passar por consulta dos cidadãos portugueses.

Jovens ligados aos centros universitários dos jesuítas escreveram uma carta aberta aos deputados da Assembleia da República. E também no dia 20 de fevereiro, a Federação Portuguesa Pela Vida vai promover uma concentração no centro de Lisboa, às 12h30, no Largo de São Bento.

“A nós ‘faz mais sentido’ que o reforço seja nesse sentido, de cuidado de saúde e não simplesmente optar por uma solução fácil de pôr fim à vida sem qualquer tipo de regulação, afirmou Khalid Jamal, da Comunidade Islâmica de Lisboa. “Para nós, a vida humana é uma benção divina”, acrescentou Suryakala Chhaganlal, da Comunidade Hindu Portuguesa. 

 

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