Reflexão

Frei Cantalamessa em pregação de Advento: “Deus existe e basta!”

Em sua primeira meditação, o pregador da Casa Pontifícia alertou os fiéis para a necessidade de uma profunda relação pessoal com Deus

Da redação, com Vatican News

Pregação do Advento/ Foto: Vatican Media

Na manhã desta sexta-feira, 7, na Capela Redemptoris Mater, no Vaticano, o Pregador da Casa Pontifícia, Frei Cantalamessa refletiu sobre o tema “Deus existe”. Na presença do Papa Francisco e da Cúria Romana, em sua primeira meditação neste tempo litúrgico do Advento, o capuchinho alertou os fiéis para a necessidade de uma profunda relação pessoal com Deus e com Cristo: “Devido às nossas inúmeras tarefas e compromissos, problemas a serem resolvidos e desafios a serem superados, corremos o risco de perder de vista essa relação”.

No entanto, Frei Cantalamessa frisou que, por experiência, um relacionamento pessoal genuíno com Deus deve ser a primeira condição para se enfrentar as situações e problemáticas do dia a dia, sem perder a paz e a paciência. O tema das homilias do pregador para o Advento foi retirado do Salmo: “Minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo”!

“Os homens do nosso tempo buscam, sem cessar, sinais da existência de seres vivos e inteligentes em outros planetas. É uma busca legítima e compreensível. Entretanto, poucos buscam os sinais daquele Ser que criou o Universo, que entrou na história e vive nela. Quantas vezes somos obrigados a dizer a Deus, como Santo Agostinho: ‘Estavas comigo, mas eu não estava contigo’. Deus nos busca e vai ao nosso encontro desde a criação do mundo e continua a perguntar: ‘Adão, onde você está?’”, sublinhou o capuchinho.

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Segundo o pregador, os fiéis devem apoiar-se na palavra de Jesus: ‘Buscai e achareis. Batei e vos será aberto’. “Ele [Deus] promete dar a si mesmo, para além das coisas fúteis que lhe pedimos, e mantém a sua promessa”, comentou. O capuchinho observou ainda que a Bíblia apresenta inúmeras passagens que falam de um Deus vivo, por isso o sentimento constante dos cristãos da necessidade de um retorno à “realidade” de fé em Deus.

“Talvez, até agora, não entendemos o profundo significado da verdadeira existência de Deus em nossa vida, como aconteceu com tantos pensadores e filósofos. A expressão que melhor explica este significado é ‘dar-nos conta’ ou abrir os olhos sobre a existência de Deus na nossa história. Deus revelou seu nome: ‘Eu sou aquele que sou’! ‘Eu sou o Deus vivo’! Mas, então, qual o significado real de Deus vivo?”, questionou.

O pregador da Casa Pontifícia tentou responder a esta pergunta traçando um perfil do Deus vivo, a partir da Bíblia, mas percebeu que isso seria uma loucura: “descrever Deus vivo, delinear seu perfil, até mesmo através da Bíblia, seria muito redutivo. O que podemos fazer, em relação ao Deus vivo, é ir além dos sinais que os homens traçaram sobre Ele”. E citando Santo Agostinho, disse que é preciso acreditar em um Deus que vai além daquele que todos acreditam.

“Os primeiros Setenta tradutores da Bíblia, diante de uma imagem tão material de Deus, que parecia rebaixá-lo, substituíram o termo ‘rocha’ como força, refúgio, salvação. Rocha não se refere apenas a Deus, mas também ao que devemos ser. Se Deus é rocha, o homem é um ‘alpinista’”, afirmou Frei Cantalamessa, que concluiu sua primeira meditação afirmando: “Deus existe e basta! Aprendamos, também nós, a repetir estas simples palavras em nossa vida!”.

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