Exercícios espirituais

Deus é alegria, recorda padre no retiro da Cúria Romana

“Perguntas abertas do Evangelho” é tema que perpassa o retiro da Cúria Romana, que conta com a participação do Papa Francisco

Da Redação, com Rádio Vaticano

Segundo dia de exercícios espirituais para o Papa e a Cúria Romana nesta segunda-feira, 7. O retiro quaresmal que começou ontem na Casa do Divino Mestre, em Ariccia, é conduzido pelas reflexões do padre Ermes Ronchi, da Ordem dos Servos de Maria, que hoje focou na alegria de Deus.

Cerca de 60 membros da Cúria Romana, entre responsáveis dos organismos, bispos e cardeais, estão refletindo sobre as “Perguntas abertas do Evangelho”, eixo central das meditações. A primeira pergunta foi extraída do Evangelho de João “Jesus voltou-se para trás e, vendo que eles o seguiam, perguntou-lhes: “Que procurais?” (Jo, 1, 38)

“A proposta para esses dias juntos – disse o padre servita – é deter-nos à escuta de um Deus de perguntas: não mais interrogar o Senhor, mas deixar-se interrogar por Ele. E ao invés de correr logo em busca da resposta, parar para viver bem as perguntas, as abertas perguntas do Evangelho. Amar as perguntas, estas já são revelação. As perguntas são (…) o outro nome da conversão”, afirmou.

Mais questionamentos, menos afirmações

Padre Ronchi explicou que Jesus educa à fé mais por meio de questionamentos do que de afirmações. Os quatro evangelhos, disse, trazem mais de 220 perguntas do Senhor. “A pergunta é a comunicação não violenta, que não emudece o outro, mas propõe o diálogo, o envolve e, ao mesmo tempo, o deixa livre. O próprio Jesus é uma interrogação. A sua vida e a sua morte nos interpelam sobre o sentido último das coisas, nos interrogam sobre aquilo que faz feliz a vida. E a resposta ainda é Ele”.

O sacerdote recordou ainda que Jesus não pede aos homens renúncias ou sacrifícios, mas pede em primeiro lugar para entrar no coração deles, para compreender aquilo que mais eles desejam e que os faz felizes. Buscar a felicidade é buscar Deus e “a paixão por Deus nasce da descoberta da beleza de Cristo. “Ele é a boa nova que diz: é possível viver melhor, para todos. E o Evangelho possui a chave para isso”.

O nome de Deus é alegria

A fé, acrescentou padre Ronchi, é buscar um Deus sensível ao coração, que faz feliz o coração, cujo nome é alegria, liberdade e plenitude. “Deus é belo. Cabe a nós anunciar um Deus belo, desejável e interessante (…) Talvez tenhamos empobrecido a face de Deus, às vezes o reduzimos em miséria, relegado a revistar no passado e no pecado do homem. Talvez um Deus que se venera e se adora, mas não aquele envolvido e envolvente, que ri e brinca com os seus filhos”.

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