Apresentação das provas poderia fazer juiz mudar de ideia sobre desligar aparelhos e autorizar transferência ao exterior
Da Redação, com Rádio Vaticano
Novos elementos renovam a esperança dos pais de Charlie Gard de manter o filho vivo. Na tarde desta segunda-feira, 10, em Londres, em nova audiência na Alta Corte britânica, o juiz Nicholas Francis decidiu adiar novamente a decisão sobre desligar ou não o aparelho que mantém a criança respirando.
Os pais de Charlie, Connie Yates e Chris Gard, terão até quinta-feira para apresentar ao juiz “provas mais convincentes” sobre a eficácia das novas terapias, o que poderia fazê-lo mudar de ideia e autorizar a transferência ao exterior. Mas “não será nenhum tweet a influenciar-me”, advertiu.
Na audiência, a mãe perguntou ao juiz: “Se fosse seu filho e se houvesse uma possibilidade de sucesso de 10%, o senhor o faria?”. E o magistrado respondeu que sim.
O advogado do hospital onde Charlie está internado alegou que as provas apresentadas pela família da criança relativas à terapia referem-se a patologias unicamente musculares e não aos danos no cérebro que a criança teria. Ainda segundo ele, as supostas evidências de novas pesquisas provêm somente de laboratórios e não de testes em pacientes.
O advogado da família tentou em vão pedir que o caso fosse designado a outro juiz.
Mobilização manteve Charlie vivo
“Estivemos muito perto de perdê-lo em duas ocasiões e eu espero por outro milagre e que tenha esta possibilidade de viver. Vivemos na máxima incerteza, mas permanecemos fortes. Esperamos seguir em frente”, disse a mãe de Charlie.
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Connie Yates acrescentou que o apoio do Papa e do Presidente estadunidense Donald Trump, somado à enorme mobilização popular que o caso suscitou, até agora, salvaram a vida dele. “Enquanto ele não desistir, também nós não desistiremos”, afirmam os pais de Charlie.
Entenda o caso
O menino inglês Charlie Gard, de 10 meses, sofre de uma doença rara, síndrome de miopatia mitocondrial. A justiça britânica determinou o desligamento dos aparelhos, mesmo contra a vontade dos pais.
Desde então, os pais de Charlie vem vivendo uma batalha para tentar manter o filho vivo. O caso repercutiu internacionalmente. O Papa Francisco se manifestou, dizendo que os pais do menino têm o direito de cuidar do filho até o fim. O hospital pediátrico mantido pelo Vaticano, Menino Jesus, chegou a se disponibilizar para acolher o menino, mas por questões legais o hospital londrino negou a transferência.
Diversas vigílias de oração já foram realizadas em prol de Charlie. Pelas redes sociais, as pessoas comentam o caso utilizando as hashtags “#CharlieGard”, “#Charliesfight” e “#pray4Charlie”.