Autoridades francesas começaram, no início da semana, a destruir barracas improvidas que abrigavam refugiados na cidade de Calais
Da Redação, com Agência Ecclesia
As Cáritas da França (Secours) , Inglaterra e Pais de Gales (CSAN) dizem que o desmantelamento do campo de refugiados na cidade francesa de Calais “não é solução” e alertam para a urgência de cuidar dessas pessoas que passam momentos difíceis.
Em declarações divulgadas pela Cáritas Europa, o gestor de projeto da Secours em Calais lamenta a decisão do governo local em acabar com grande parte do acampamento improvisado, uma vez que “não existem ainda alternativas viáveis para as pessoas”.
“É como se quisessem apenas fazer as pessoas desaparecerem antes da primavera, por temerem a chegada de mais refugiados”, aponta Vincent De Coninck.
Na região de Calais, no norte de França, estavam até agora cerca de quatro mil migrantes e refugiados vivendo em tendas e barracas improvisadas.
Philip McCarthy, coordenador da CSAN, destaca a situação de muitas crianças e jovens que ali estão completamente “desacompanhados” e devem ser alvo de uma “atenção prioritária”.
“É vital assegurar as necessidades sociais e de saúde, garantir que eles tenham a oportunidade de reencontrar os seus familiares que encontraram refúgio no Reino Unido ou em outra região da Europa”, realça.
As organizações católicas estão desenvolvendo esforços no sentido de evitar o “despejo” dos migrantes e refugiados em Calais, até que estejam reunidas as condições mais adequadas para a recolocação das pessoas. As Cáritas destacam ainda a importância de evitar o uso da força contra “pessoas que têm sido vítimas de violência ao longo de toda a sua jornada”.