Crise Migratória

Bispos mexicanos emitem nota em apoio a migrantes

Nota recorda as setenta “Casas de Migrante” espalhadas pelo país

Da redação, com Rádio Vaticano

“A Igreja no México desempenha uma tarefa incessante de apoio aos migrantes”, disse o Secretário-Geral da Conferência Episcopal Mexicana, Dom Alfonso G. Miranda Guardiola, numa nota divulgada nesta quarta-feira, 1º, que recorda a importância das setenta ‘Casas de Migrante’ espalhadas por várias áreas do país.

“O objetivo dessas estruturas é salvaguardar a dignidade dos migrantes e tratá-los como sujeitos de caridade”, disse o prelado, recordando a mensagem do Papa Francisco para a Quaresma deste ano, na qual convida “a entender e intensificar a vida do Espírito, identificando o outro como um dom”.

O texto se insere no contexto complexo da política migratória do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que muitas vezes expressou o desejo de construir um muro no confim com o México, com o objetivo de deter a migração clandestina.

Ajuda

Em sua mensagem, Dom Miranda Guardiola explica que as ‘Casas do Migrante’ “são administradas pela Igreja Católica, por alguns grupos de pastoral, por congregações religiosas, leigos engajados, assim como por igrejas cristãs e organizações da sociedade civil e do Governo”. Estão espalhadas em várias regiões do país e são “o primeiro acolhimento dos migrantes em trânsito ou deportados”, mostrando que da “parte da Igreja ninguém é ilegal ou migrado e por isso são capazes de fornecer ajuda espiritual e moral”.

“Nessas estruturas eles recebem proteção, formação e apoio psicológico e jurídico “para conhecer os seus direitos”. A cada ano “são deportados e repatriados centenas de migrantes descobertos pela Polícia de fronteira e por agentes da migração”. “Fazemos com que tomem consciência dos risco ligados à migração e lhes oferecemos ajuda para retornar às suas terras de origem. Eles recebem também alojamento por um dia ou a tempo indeterminado”, disse o bispo.

Partilha

“À luz dos serviços oferecidos por esses centros, convidamos a multiplicar os esforços para que todos tomem consciência, sociedade e instituições, da dignidade e identidade do migrante não como criminoso e objeto do qual abusar, mas como um ser humano e um sujeito de caridade”. “Essas casas criaram redes através das quais partilhar informação, formação e fornecer apoio ao migrante. Há um apoio inclusivo e global que supera os confins e se une ao compromisso de organizações católicas, universidades e organizações internacionais nos Estados Unidos e Canadá. As pessoas que trabalham nessas casas são sobretudo voluntários. Recebem também o apoio da comunidade paroquial ou dos fiéis que oferecem seu tempo e serviço. A maioria das doações que recebem provêm das comunidades onde se encontram essas casas”.

Nesse sentido, o bispo encoraja a participar “a fim de ajudar esses irmãos que são abandonados e discriminados”. A Igreja lança um apelo à comunidade católica: “aos estudantes, trabalhadores e empregadores para que promovam ações concretas em benefício dos migrantes”.

O prelado agradece todos aqueles que trabalham em favor dos migrantes. “Jesus também foi migrante, caminhava cansado, faminto e foi discriminado por ser estrangeiro. Vocês representam todas as casas em que Jesus encontrou um lugar para descansar, se alimentar para recuperar as forças e um ouvido atento e compassivo. Saibam que o voluntariado que praticam é reconhecido e apreciado por Cristo e pela Igreja”, conclui.

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