Bispo de Nice relata como está o clima na cidade francesa que sofreu um atentado na noite desta quinta; pelo menos 84 pessoas morreram
Da Redação, com Rádio Vaticano
A Conferência Episcopal Francesa convida todos os católicos a rezar, neste domingo, 17, pelas vítimas do atentado em Nice, sul da França, nesta quinta-feira, 14. O bispo local, Dom André Marceau, disse que está em choque e com um “medo enorme”, um sentimento de incompreensão. Para ele, o atentado foi uma carnificina chocante, um escândalo.
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“Este é um daqueles gestos loucos que podem nascer no coração dos homens, e aqui de um homem. Mas como é racionalmente possível que um ser humano possa ser autor de uma tal carnificina? O homem não foi feito para a morte. Não foi feito para causar a morte! Isso para mim é realmente um escândalo! É o mesmo sentimento de muitos dos quais hoje temos testemunhos chocantes, que foram testemunhas, que estavam no local deste atentado”, diz Dom André.
Ele acrescenta que também se faz presente nesse momento o sentimento de compaixão e proximidade. Segundo o bispo, as pessoas não podem permanecer fechadas e isoladas neste “escândalo do mal”, que pode até suscitar ódio e incompreensão. É preciso, segundo ele, evitar isso a todo custo.
“A minha mensagem é convidar as pessoas a estarem próximas umas das outras, a falar e se encontrar. Em nossas igrejas, faremos uma oração contínua para ajudar as pessoas a se colocarem nas mãos de Deus que é a fonte do amor. Que as pessoas tenham a coragem de ouvir o grito dos corações, o grito do sofrimento, o grito de sua incompreensão”.
Unidade entre as religiões
Sobre a relação entre as várias confissões religiosas em Nice nesse momento de dor, o bispo explica que, na diocese, já existe uma grande proximidade entre as comunidades religiosas, entre cristãos de todas as denominações, muçulmanos e judeus.
É comum que as religiões promovam ações comuns sobre acontecimentos que feriram a sociedade, como aconteceu no assassinato de um jornalista em Argel, natural de Nice. Ou seja, existe na diocese uma união para testemunhar a misericórdia de Deus.
“Nestes momentos difíceis, procuramos mostrar o rosto misericordioso de Deus. Certamente, junto com as autoridades, organizaremos manifestações e celebrações, junto também com as grandes comunidades religiosas. Obviamente, os cristãos estarão juntos na oração”.
E diante dessa tragédia, Dom André acredita que o melhor a fazer para ajudar as vítimas, as pessoas que perderam entes queridos, seja a proximidade. “Acredito que a nossa palavra principal seja proximidade: estar próximo significa também ter a coragem de pegar a mão da pessoa, porque as palavras muitas vezes não podem ser compreendidas. É muito difícil, mas nós estamos aqui!”