GUERRA

Vigário da Custódia da Terra Santa lamenta morte de 100 mil crianças

Padre Ibrahim Faltas, Vigário da Custódia da Terra Santa em Jerusalém, lamenta que mais de 10 mil crianças tenham sido mortas desde o início da Guerra Israel-Hamas

Da redação, com Vatican News

Padre Ibrahim Faltas, Vigário da Custódia da Terra Santa em Jerusalém / Foto: Reprodução Youtube

“Chegamos a quase 30 mil mortos e mais de 60 mil feridos. Houve 40 mil crianças órfãs e 10 mil crianças mortas”. O padre Ibrahim Faltas, Vigário da Custódia da Terra Santa em Jerusalém, partilhou estes detalhes horríveis desde o início da guerra Israel-Hamas, numa entrevista concedida a Federico Piana, do periódico Vatican News.

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Janeiro marcam 100 dias de guerra e o frade franciscano também chamou a atenção para o sofrimento na Cisjordânia, onde “os corpos recolhidos até agora chegam a 400, enquanto feridos ultrapassaram os 10 mil”, sem falar “dos milhares de prisões e a destruição que reina em todos os lugares.”

Medo da Igreja local

O medo da Igreja local, sugerido pelo vigário, é que os acontecimentos dramáticos na Terra Santa poderiam desencadear uma “terceira guerra mundial”. “Vejam o que está acontecendo”, exortou ele, “no sul do Líbano, atingido por bombardeamentos, e no Iémen, onde os rebeldes Houthi se envolveram em represálias contra navios estrangeiros”.

Padre Faltas não esconde o seu espanto e indignação pelos líderes mundiais, alguns dos quais permanecem calados diante de tudo isto. “Até agora, não os ouvimos levantar a voz para pedir um cessar-fogo, como fez o Papa Francisco, que tem esta guerra no coração”, observou.

‘Essas pessoas não têm nada’

Em Gaza, explicou o vigário, toda a comunidade cristã está barricada em duas igrejas: 600 fiéis na paróquia latina da Sagrada Família e 200 fiéis na Igreja Ortodoxa Grega.

O padre Faltas lamenta que o povo de Gaza “não tenha nada: não há água, nem comida, nem possibilidade de comunicação”.

A Igreja, reafirmou, “está fazendo tudo o que pode para levar-lhes as necessidades básicas”. Ele partilhou o seu sonho de que as crianças feridas de Gaza pudessem chegar a Itália para tratamento e talvez serem salvas de uma morte quase certa.

Dois povos, dois Estados

Muitas crianças, denunciou, “ainda estão sob os escombros. Onde está a consciência do mundo inteiro? Onde estão os poderosos do mundo? Todos veem esta tragédia; ela está diante de seus olhos”.

Padre Faltas observou que os políticos internacionais propuseram “a solução ‘dois povos, dois Estados’”, que, disse ele, “também encontra algum consenso em Israel”. Dada esta premissa, disse ele, “chegou a hora de colocá-la em prática”.

“Pois na Terra Santa”, continuou ele, “ninguém está bem: nem os israelenses nem os palestinos”, finalizou.

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