Entre outras questões, escassez de alimentos e falta de acesso à água potável têm causado doenças e desnutrição em crianças da região, provocando aumento nos casos de diarreia
Da Redação, com Vatican News
Milhares de crianças permanecem vivendo em condições precárias na Faixa de Gaza, correndo o risco de morte todos os dias. Este é o alerta do diretor-geral do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e coordenador das organizações locais e internacionais a resposta de emergência, Ted Chaiban. Em entrevista, ele declarou: “A Faixa de Gaza é o lugar mais perigoso do mundo para uma criança. A guerra é contra as crianças. Mas essas verdades não parecem estar se espalhando”.
Chaiban informou que 70% dos mortos na Faixa de Gaza até agora são mulheres e crianças, e quase 85% da população, correspondente a 1,9 milhão de pessoas, está deslocada. Milhares delas se encontram em abrigos improvisados e continuam migrando constantemente para fugir do conflito. Além disso, estão sem acesso a água potável, além de não ter comida suficiente.
A quantidade de alimentos oferecida não atende ao número de crianças na região. A escassez causa doenças e desnutrição, o que contribuiu com o aumento dos casos de diarreia, entre outros problemas. Só em dezembro, 71 mil ocorrências foram registradas entre crianças menores de cinco anos, um aumento de mais de 4.000% desde o início da guerra em outubro do ano passado.
Segundo o diretor, em novembro, a região recebia cerca de 60 caminhões com suprimentos por dia. Atualmente, houve um aumento deste número, passando para cerca de 130 caminhões diariamente, além de uma média de 30 caminhões comerciais. Contudo, a quantidade ainda não é suficiente: Chaiban recordou que, antes do conflito, a região recebia 500 caminhões por dia. “Estamos tentando, ‘por um cano’, dar assistência ‘a um oceano de necessidades'”, expressou.