Texto divulgado pela Sala de Imprensa da Santa Sé relata desafios enfrentados pelas instituições de ensino católicas e exorta a união dos agentes educativos para superar as dificuldades
Da Redação, com Boletim da Santa Sé
A Sala de Imprensa da Santa Sé publicou, nesta quarta-feira, 28, uma carta conjunta do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica e do Dicastério para a Cultura e a Educação. O texto é dirigido aos envolvidos na missão educativa das escolas católicas.
Assinada pelos prefeitos e secretários dos dicastérios, a carta inicia relatando um encontro realizado no dia 22 de maio. Na ocasião, foram convidados alguns protagonistas da rede mundial de escolas católicas, para que pudessem contar, em primeira mão, as potencialidades e os desafios da missão educativa.
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Mais de 240 mil escolas em todo o planeta fazem parte desta rede, e boa parte delas é dirigida por Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica. Assim, o trabalho colaborativo de escuta dos dicastérios foi ampliado pelo que foi relatado pelos agentes católicos nas escolas. “Na verdade, dois olhos veem melhor que um, e dois ouvidos ouvem melhor que um”, cita o texto.
Desafios enfrentados pelas escolas católicas
Diante da disponibilidade para o encontro, é registrado um agradecimento a “todos aqueles que dedicam os melhores recursos da vida à importante missão educativa a que são chamados”: professores, pais, bispos, dioceses, institutos e sociedades.
Na sequência, a carta informa o relato de algumas dificuldades, umas verificadas em vários lugares do mundo, outras em contextos específicos. Entre alguns dos desafios citados estão a recente pandemia de Covid-19, a crise econômica global, a queda da natalidade, a pobreza extrema, a injusta desigualdade de acesso a alimentos e outros temas como água, saúde, educação, informação, cultura e internet.
Além disso, foi constatado que alguns lugares estão experimentando uma diminuição significativa de vocações. O texto também afirma que, pelo menos no mundo ocidental, a fé em Deus permanece fortemente marginalizada da vida pública e, de maneira mais geral, da vida dos homens e mulheres de nosso tempo. Tudo isso impacta diretamente nas escolas católicas, sendo que muitas têm seu encerramento como destino.
“Com efeito, onde fecha uma escola diocesana ou religiosa, apagam-se do ambiente educativo os vestígios da história daquela única Igreja local, do carisma inconfundível daquela família religiosa”, registra a carta.
“Fazer coro” para enfrentar os problemas
Diante deste cenário, os dicastérios alertam para a possibilidade de ceder para a desesperança. Contudo, indicam que este pode ser um novo “ponto de partida”. Segundo o documento, esta é uma oportunidade para as escolas católicas se abrirem mais a “fazer coro”, atuarem conjuntamente.
“É necessário e urgente que os vários Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica unam forças na educação (…). É indispensável que o clero, os religiosos e as religiosas, os leigos se unam e que seja garantida a estes a possibilidade de fazer ecoar a voz educativa de uma diocese e também o timbre singular de um carisma religioso”, afirma o texto.
Neste sentido, os dicastérios exortam os atores da educação a promover iniciativas, ainda que de forma experimental, mas vibrantes de imaginação e criatividade, visando à partilha. Esta união se dá pela confiança no potencial e na beleza da missão educativa.
Já no fim da carta, é garantido que a escuta permanecerá, “seguindo um caminho comum, para que a realidade seja tomada em conta com urgência e soluções para o futuro possam emergir do corpo eclesial, mesmo em contextos exigentes”.