PROTEÇÃO DE MENORES

"Queremos nossas crianças em segurança", afirma cardeal O’Malley

Após a audiência do Papa com a Pontifícia Comissão para a Proteção dos Menores, o cardeal O’Malley disse que a confiança é necessária para que a Igreja tenha sucesso na evangelização

Da redação, com Vatican News

Cardeal Seán Patrick O’Malley / Foto: Reprodução Youtube

Nos dez anos desde a sua fundação pelo Papa Francisco, a Pontifícia Comissão para a Proteção dos Menores (PCPM) cresceu consideravelmente, de um pequeno grupo de voluntários e funcionários dedicados a um grupo de homens e mulheres altamente qualificados e comprometidos com a salvaguarda na Igreja.

“Fomos muito abençoados pelo extraordinário compromisso dos membros da Comissão”, disse o presidente da PCPM, cardeal Seán O’Malley, ao Vatican News numa entrevista após a audiência da Comissão com o Santo Padre nesta quinta-feira, 7.

O cardeal enfatizou o valor dos membros leigos da comissão, especialmente as mulheres, bem como as importantes contribuições das vítimas e dos seus pais.

“A Comissão já alcançou muito”

Revendo o trabalho do PCPM na última década, o cardeal O’Malley destacou os encontros organizados pela Comissão entre o Papa Francisco e as vítimas de abusos; recomendações sobre a responsabilização dos bispos que resultaram em legislação, incluindo Come una madre amorevole e Vos estis lux mundi; e a cimeira dos presidentes das Conferências Episcopais sobre os abusos na Igreja.

O cardeal também destacou a iniciativa Memorare, ainda em curso, que visa prestar assistência aos países que carecem dos recursos humanos e materiais necessários para um siste eficaz de proteção. A iniciativa fornece financiamento para este tipo de trabalho e ajuda a garantir a presença de pessoal para triagem e formação de agentes pastorais, bem como para extensão pastoral às vítimas.

“Queremos que as crinças estejam seguras”

Cardeal O’Malley observou que grande parte do foco actual da Comissão está no Sul global, na esperança de garantir que as igrejas locais tenham os recursos e a formação necessárias para combater os abusos.

Isto, disse ele, envolve o desenvolvimento de políticas e directrizes para garantir uma resposta que seja consistente em toda a Igreja e que respeite as necessidades e os direitos das vítimas, dos acusados, da comunidade, da Igreja e do governo civil.

O cardeal enfatizou, também, a importância de “uma enorme campanha educativa em todos os lugares em torno de questões de salvaguarda” e centrada na prevenção de abusos.

“Queremos que as crianças estejam seguras”, disse o bispo. “Queremos que as crianças e os pais tenham confiança de que quando os seus filhos estão numa escola católica ou numa paróquia católica, eles estão seguros”.

Respondendo à ideia de que a salvaguarda é uma distracção para a missão da Igreja, o presidente da PCPM insistiu: “Não conseguiremos ter sucesso na nossa missão de evangelizar se não tivermos a confiança do povo, se não pudermos provar-lhes que são importantes para nós e que a segurança dos seus filhos é uma prioridade para nós.”

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

↑ topo