Atividades promovidas pela CNBB visam preparação para Jubileu 2025; evento começou nesta segunda-feira, 29, com foco nos desafios da evangelização
Da Redação, com CNBB
Começou nesta segunda-feira, 29, o encontro preparatório para o Jubileu 2025. Mais de 300 pessoas se reuniram em Brasília (DF), de todos os regionais e dioceses, estão participando do evento que se estenderá até a terça-feira, 30.
Entre os presentes está o pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização e coordenador do Jubileu 2025, Dom Rino Fisichella. Convidado para assessorar o evento, ele destacou sua felicidade em participar do momento organizado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), partilhando que esteve com o Papa Francisco antes de viajar.
O Núncio Apostólico no Brasil, Dom Giambattista Diquattro, também manifestou sua alegria em acolher Dom Fisichella no Brasil, enfatizando que sua presença é um sinal de motivação para a Igreja no Brasil nesta preparação para o Jubileu.“A Igreja do Brasil e a sua pessoa se confirmam mutuamente no ardor da expectativa do entusiasmo e da motivação no seguimento do único caminho que é Cristo Jesus”, expressou.
Ambos participaram da mesa de abertura, juntamente ao arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cézar Costa, e o primeiro vice-presidente da CNBB, Dom João Justino de Medeiros Silva. A apresentação foi precedida pela oração das Laudes, que foi conduzida pelo bispo de Campo Limpo (SP) e presidente da Comissão Episcopal para a Comunicação da CNBB, Dom Valdir José de Castro.
Desafios da evangelização no Brasil
Na sequência, o bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB, Dom Ricardo Hoepers, expôs um panorama da ação evangelizadora da Igreja no Brasil. Ele afirmou que abordar sobre a evangelização no nível nacional é um imenso desafio, pois o Brasil é um território extenso, sendo necessário que a CNBB se adapte às características de cada regional, considerando as culturas e costumes próprios.
Após recordar a história da conferência, o bispo apresentou alguns dados demográficos. Ele salientou que, segundo as pesquisas do Censo, os católicos são 50% da população. Há ainda 31% de evangélicos, ao passo que a parcela que mais cresce é a de pessoas sem religião, alcançando um percentual de 14% (no último censo esse percentual era de 8%). Nesta parte está a maioria dos jovens entre 16 e 24 anos.
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O secretário-geral sublinhou ainda que o contexto brasileiro exige da Igreja um comprometimento, sem ficar na omissão. “Acabou o tempo de trabalhar em gavetas, onde é cada um por si, cada um com seu projetinho. Nosso trabalho é fazer com que todas as comissões possam se integrar em projetos em comuns”, afirmou Dom Ricardo.
Importância do encontro
Na segunda sessão do encontro, o arcebispo de Santa Maria (RS), presidente da Comissão Episcopal para a Animação Bíblico-Catequética e do regional Sul 3 da CNBB, Dom Leomar Brustolin, também falou sobre os desafios enfrentados pela Igreja na missão evangelizadora no Brasil.
Durante a sua apresentação, o religioso destacou a importância da evangelização nos dias atuais, instigando a reflexão sobre o papel da Igreja Católica na sociedade brasileira. Diante disso, ele abordou as expectativas para o encontro, especialmente no contexto das próximas Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, frisando a importância desse período de preparação, o mais longo já vivenciado pela Igreja no Brasil.
Participação dos leigos
Dom Leomar examinou os desafios atuais da ação evangelizadora sob três principais aspectos: os sinais dos tempos, a conversão pastoral e a missão. Quanto ao primeiro ponto, ele citou alguns pontos positivos, como a persistência da fé entre o povo, evidenciada pela participação nas celebrações da Palavra e momentos devocionais, mesmo na ausência de ministros ordenados.
Entretanto, alertou para a necessidade de a Igreja estar sempre atenta às demandas emergentes, como a resposta a crises, destacando o papel crucial das paróquias como pontos de referência em momentos de adversidades sociais.
Na questão da conversão pastoral, o arcebispo apontou para a importância do reconhecimento do pluralismo cultural, da participação ativa dos fiéis leigos nas decisões da Igreja e da compreensão dos efeitos da globalização na religião. Quanto à missão, ele reiterou a prioridade dos leigos nas ações evangelizadoras, a valorização e priorização dos processos sobre os eventos, a superação do ativismo pastoral em favor da espiritualidade e da missão, e a importância da sinodalidade para fortalecer o senso de pertença à comunidade na Igreja.
Por fim, Dom Leomar Brustolin concluiu sua apresentação reforçando a importância da transmissão da fé às futuras gerações, do sentido de pertença e comunhão na comunidade cristã e do enfrentamento da rejeição ao próximo, especialmente os mais vulneráveis, instigando os participantes a se engajarem de forma renovada na missão de levar a mensagem do Evangelho à sociedade contemporânea.