Irmã Helena Rocha coordena a Associação Paulista de Amparo à Mulher (APAM) e comenta trabalho
Denise Claro
Da redação
A Associação Paulista de Amparo à Mulher (APAM) é uma organização social sem fins lucrativos que atende mulheres com oferta de atividades socioeducativas e atendimento Social. São mais de 120 mulheres atendidas ao ano.
Com o contexto da pandemia, a instituição precisou se reinventar. Irmã Helena Rocha, à frente da APAM desde 2012, diz que em 23 de março a associação precisou fechar as portas e suspender os atendimentos. O curso de cuidadora e as oficinas de confecção de roupa de pet e pequenos reparos tinham acabado de começar.
“Tínhamos esperança que conseguiríamos voltar em junho. Não foi possível. Continuamos trabalhando com os atendimentos por telefone, WhatsApp e email. E criamos o projeto Amparar, com o objetivo de auxiliar as mulheres pelo menos com o básico.”
Com o empenho da Associação e dos benfeitores, muitas mulheres foram ajudadas:
“Mesmo com a casa fechada, conseguimos a doação de 123 cestas básicas para 30 famílias cadastradas e o atendimento social e psicossocial para nossas usuárias continuou ativo. Também doamos 150 máscaras confeccionadas pela nossa equipe e 150 barras de sabão para três organizações sociais que acolhem pessoas em situação de rua.”
Neste ano de 2021, com a continuação da pandemia, o curso de cuidadora segue on-line.
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A APAM
A APAM foi fundada em 25 de novembro de 1953 por um grupo de pessoas preocupadas com a mulher em situação de prostituição e desamparo familiar. No mesmo ano tornou-se Casa de Acolhida para jovens gestantes.
Em 2010, a gestão da APAM foi assumida pela Congregação das “Irmãs Mensageiras do Amor Divino” que realizaram uma mudança significativa na estrutura da associação com o objetivo de se adequar ao contexto de novas demandas sociais.
Irmã Helena afirma que a missão da instituição é auxiliar mulheres (e respectivas famílias) que se encontram em situação de vulnerabilidade social para a conquista da autonomia, inclusão e efetiva participação na sociedade.
Para a APAM, vulnerabilidade social é qualquer situação de fragilidade em decorrência da ausência de renda, falta de acesso aos serviços públicos, discriminações por idade, raça, gênero ou por deficiências, dentre outras.
“Qualquer mulher que procura a APAM é atendida pela assistente Social e equipe executiva, depois encaminhada para as atividades ou para os serviços que ela necessitar.”
A APAM realiza atividades coletivas como cursos de qualificação profissional, oficinas de geração de renda, workshops, palestras, feiras, exposições, rodas de conversa, reuniões de grupo, entre outros.
Cidadania
O Centro de Cidadania da Mulher (CECIM) é um serviço com atividades permanentes e programadas de cunho socioeducativo para capacitação para o trabalho, geração de renda, informação sobre direitos, inclusão social, qualidade de vida, e estímulo à participação cidadã da mulher.
Missão
Irmã Helena desempenha esta missão há nove anos. Atua desde 2012 como coordenadora socioeducativa das oficinas de artesanato e corte e costura. Desde 2017, assumiu a coordenação geral.
“É uma missão muito árdua, ser mulher já não é fácil e ainda religiosa. Porém muito gratificante, ainda mais por que o trabalho aqui na APAM é ecumênico nossos princípios e valores são: a escuta e acolhida humanizada; respeito a dignidade da pessoa humana; respeito às diversidades; reconhecimento da capacidade do ser humano em encontrar na sociedade, as condições para sua autonomia; valorização das mulheres. Nossa principal missão é ser a presença do amor de Deus com nosso testemunho de vida no agir e no fazer.”
Sobre a importância deste trabalho, a religiosa lembra um ensinamento da fundadora da congregação Mensageiras do Amor, que dizia: “a Mensageira primeiro deve ser concha para depois ser canal” e é isso. A nossa missão na Igreja e aqui na APAM é ser canal para outras mulheres reconhecerem seu potencial e para a conquista da autonomia, inclusão e efetiva participação na sociedade”.
Irmã Helena se alegra com os frutos desta missão: “Várias mulheres que chegaram nas oficinas de costuras e de artesanato com pouco conhecimento técnico, hoje tem seu próprio ateliê, e se tornaram voluntaria da APAM. Outras conseguiram entrar no mercado de trabalho depois que fizeram o Curso de Cuidadora da Pessoa Idosa. É muito gratificante”.