“Ensinar, santificar e governar” uma comunidade; saiba mais sobre a missão confiada aos presbíteros que assumem a função de pároco
Huanna Cruz
Da Redação
Nesta quinta-feira, 8, celebra-se o Dia do Pároco, o presbítero designado pelo bispo diocesano, responsável por administrar uma paróquia.
“O Código de Direito Canônico aponta, fundamentalmente, três missões que cabem a um pároco: ele é ‘pastor próprio’ da paróquia, o ‘representante jurídico’ da mesma e o ‘administrador de seus bens’”, explica o pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Resende (RJ), padre José Antonio Perry. Essas missões são exercidas em plena comunhão com a diocese.
“Primeiramente, recordo que, ao receber o Sacramento da Ordem, foi conferida a mim a dignidade sacerdotal que dá a graça de agir na pessoa do Cristo, que é o Sumo e Eterno Sacerdote da nova Aliança (Hb 8-10). Todos os Sacerdotes legitimamente Ordenados possuem essa graça. Ser Pároco na ação Pastoral e Evangelizadora da Igreja é exercer um ofício, confiado pelo bispo diocesano, de pastorear como Pastor Próprio uma Paróquia. Trata-se de um ofício importante, mas é apenas um ofício”, enfatiza o presbítero.
O sacerdote lembra que, além dessas três missões, o pároco exerce também o cuidado pastoral de toda a sua comunidade paroquial, e cumpre as funções de ensinar, santificar e reger a porção do Povo de Deus confiada aos seus cuidados.
O pároco é a presença de Cristo Bom Pastor
O “tríplice múnus de ‘ensinar, santificar e governar'”, afirma o pároco da Igreja de Nossa Senhora Aparecida, em Cachoeira Paulista (SP), padre Rafael Beck Ferreira.
“Em minhas palavras, o pároco é a presença de Cristo Bom Pastor no território de uma paróquia, é aquele que caminha a frente, no meio e atrás das ovelhas, conduzindo, convivendo e protegendo”, relata o presbítero.
Ele explica que o pároco é um padre que tem uma grande responsabilidade: “ele presta contas da gestão das pastorais e da administração dos recursos, cuida dos atendimentos e do acesso aos sacramentos, do acolhimento e da missão em uma paróquia”.
Contudo, padre Rafael afirma que o pároco não está sozinho. “Além do apoio do bispo, ele pode contar com o auxílio dos irmãos presbíteros na figura do(s) vigário(s), bem como do auxílio e da participação dos fiéis batizados (os leigos) que exercem um serviço/ministério nas paróquias”, aponta.
O sacerdote lembra ainda que, na paróquia, embora exerça uma autoridade, o pároco também revela suas fragilidades, mas também vivencia o espírito fraterno da comunidade. “Há o cansaço, necessidades de afeto e outras demandas (próprias de sua humanidade), e ali o pároco também é cuidado e faz a experiência da gentileza, da compreensão, da fraternidade e da caridade cristã que o povo sempre demonstra”, destaca.
Relação com os paroquianos
Esse relacionamento com os paroquianos é de comunhão, enfatiza padre Rafael. “Esforço-me para escutar bastante! O pároco não pode ser autoritário, ele não sabe tudo, tem muito para aprender. Mas no final das contas, após um discernimento, é ele que precisa tomar as decisões com responsabilidade”, explica.
O presbítero afirma que os paroquianos precisam ser incentivados a “descobrir a força do Espírito Santo que habita neles”, pois eles formam o mosaico do rosto da paróquia: se será ou não uma paróquia orante, alegre, acolhedora.
“Nosso bispo diocesano, Dom Wladimir, fala-nos sempre da importância dos leigos na atualidade, para que ‘brilhem a luz de Cristo no mundo’, assumindo a missão que receberam no batismo. Aqui na paróquia, sinto-me tocado com os pequenos gestos de carinho, as xícaras de café que os leigos oferecem com amor, as histórias que contam de graças recebidas, de milagres, a sabedoria de vida. Isso é muito bom”, ressalta.
Neste Dia do Pároco, padre Rafael afirma que o maior presente que os párocos podem receber é a oração. “A prece pelo pároco traduz-se em muitas graças, não tenho dúvidas disso. O dia do pároco também ajuda as comunidades a valorizar os párocos: eles não devem ser apenas exigidos e cobrados, mas receber nosso amor e gratidão”, concluiu.