No Dia Internacional do Esporte para a Paz e o Desenvolvimento, confira como o esporte auxilia no desenvolvimento de valores como respeito e fraternidade e as histórias de quatro santos e beatos que eram esportistas
Gabriel Fontana
Da Redação
Nesta quinta-feira, 6, é celebrado o Dia Internacional do Esporte para o Desenvolvimento e a Paz. A data, promulgada em 2013 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), foi lembrada pelo Papa Francisco ontem, na Audiência Geral.
A UNESCO entende o esporte como um instrumento importante para a formação de valores, a socialização e o desenvolvimento humano. O padre Odirlei Fernandes, da Diocese de Lorena (SP), concorda com essa visão e ainda vai além: afirma que “o esporte é importante para a formação integral do jovem”.
Padre Odirlei, além de sacerdote, também é professor de Educação Física. Ele havia iniciado a graduação, mas sentiu o chamado ao sacerdócio e deixou tudo. Dois anos após sua ordenação sacerdotal, contudo, decidiu pedir autorização ao bispo para concluir sua graduação, e foi atendido.
“Descobri que meu chamado, como sacerdote e como professor de Educação Física, era cuidar das pessoas de forma integral, tanto do corpo quanto da alma”, explica Odirlei. Não à toa, tal fervor deu origem à Associação Jesus na Quadra, uma escola de voleibol fundada pelo padre que atualmente atende cerca de 100 crianças nos municípios de Arapeí (SP) e Lorena (SP). Elas têm aulas da modalidade e recebem alimentação e acompanhamento.
Esporte, ferramenta para a formação humana
Para o presbítero, o esporte é essencial tanto para o desenvolvimento pessoal quanto social. Em um primeiro momento, auxilia o indivíduo a lidar consigo próprio, levando à compreensão das próprias emoções, ao domínio do corpo e à disciplina. “Através da prática esportiva nós lidamos muito com nossas emoções e sentimentos, com as frustrações das derrotas e com as vitórias, então todo esse processo pode ser comparado à nossa vida espiritual e ao processo da prática das virtudes”, ele afirma.
Depois, o esporte contribui diretamente com a forma com que o indivíduo se relaciona com o próximo. “O esporte pelo esporte, o lúdico, a atividade física reúne pessoas, agrega valores, não faz acepção de pessoas, é para todos e precisa ser para todos – é uma oportunidade de solidariedade, de amor, de justiça, de paz, de aprendizado de valores”, declara o padre Odirlei.
Diante dessa realidade e para celebrar o Dia Internacional do Esporte para o Desenvolvimento e a Paz, a Redação do Canção Nova Notícias traz as biografias de quatro santos e beatos que costumavam praticar atividades físicas e, assim, cuidavam do próprio corpo e da alma. Confira a seguir:
Beata Chiara Luce Badano
Nascida na Itália, em 1971, Chiara Badano foi uma jovem conhecida pela sua alegria, ânimo e, principalmente, por seu sorriso. Desde cedo, ela já tinha tomado a firme decisão de fazer a vontade de Jesus em sua vida. Era extremamente ativa, e gostava de esquiar, nadar e jogar tênis (sendo esse último seu esporte favorito).
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Foi durante uma partida de tênis que Chiara sentiu fortes dores em 1988. Depois de algumas visitas ao hospital, foi descoberto que a jovem tinha osteossarcoma, um tipo de câncer nos ossos. Mesmo com a grave notícia, Chiara não se deixou abater – ela acolheu a doença, e se santificou por meio dela. Chiara Badano costumava dizer “se Tu Queres, Jesus, eu também quero”. Ela morreu em 7 de outubro de 1990, aos 18 anos.
Santa Teresa dos Andes
Joana Solar nasceu no Chile, em 1900. A jovem Juanita tinha um temperamento forte e um tanto teimoso, mas isso não a impedia de ser extremamente bondosa e amável. Ela gostava de nadar, andar a cavalo, jogar tênis e croquet (um esporte semelhante ao golfe, mas em que a bola deve passar por dentro de um aro preso ao chão).
Aos 14 anos, já havia decidido consagrar sua vida a Jesus. Cinco anos depois, seguiu para o Carmelo, quando entrou no pequeno mosteiro do Espírito Santo na povoação de Los Andes. Ainda em 1919 ela vestiu o hábito de carmelita, adotando o nome de Teresa de Jesus. Pouco tempo depois, durante a Semana Santa de 1920, morreu após contrair tifo, antes de poder professar os votos religiosos e ainda sendo uma noviça carmelita descalça.
Beato Benedict Daswa
Samuel Daswa nasceu no ano de 1946, em Mbahe, África do Sul. Membro de uma família não-católica, ele se converteu ao catolicismo em sua adolescência, em Joanesburgo, quando recebeu o batismo e escolheu o nome “Benedict”. Foi jogador de futebol amador em seu povoado, e depois, treinador de futebol, vôlei e hóquei. Tornou-se professor e defendia a prática do atletismo para educar os jovens.
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Em 1990, uma tempestade devastou a região onde ele vivia, destruindo muitas casas. Os habitantes decidiram consultar um curandeiro, pois acreditavam que haviam sido amaldiçoados, mas Benedict se opôs, tentando explicar a origem natural dos raios. Visto como suspeito, ele sofreu uma emboscada de um grupo de agricultores, que o espancou, escaldou e assassinou.
São João Paulo II
O Papa Peregrino, para ter forças para realizar tantas missões e viagens, gostava de se manter ativo, especialmente esquiando, pescando, fazendo trilhas ao ar livre e nadando. Não à toa, pediu para construírem uma piscina em sua residência de verão.
O santo costumava falar sobre como o esporte podia ajudar no desenvolvimento das almas jovens. Certa vez, declarou que “o esporte contribui para o amor à vida e ensina sacrifício, respeito e responsabilidade, levando ao pleno desenvolvimento de toda pessoa humana”.