ESCOLA E UNIVERSIDADE

Pacto educativo: o Papa nos convida a caminhar juntos

O arcebispo Vincenzo Zani, Secretário da Congregação para a Educação Católica, apresenta o encontro em que Papa relançará o Pacto Educativo Global

Da redação, com Vatican News

Arcebispo Vincenzo Zani, Secretário da Congregação para a Educação Católica / Foto: Reprodução Youtube

O Papa insiste e relança o projeto de um Pacto Educativo Global. Depois do lançamento de 14 de maio passado ser cancelado devido à pandemia, nesta quinta-feira 15 de outubro às 14h30 (horário europeu), o Papa Francisco lançará uma nova mensagem sobre o “Pacto Educativo Global”. O evento será realizado na Pontifícia Universidade Lateranense desejando desta maneira sublinhar a urgência da educação em um novo contexto dramático. A mensagem em vídeo do Papa pode ser acompanhada ao vivo on-line, por meio do portal do Vatican News e dos canais YouTube www.vaticannews.va (a transmissão terá tradução simultânea em inglês, francês, espanhol e português).

Entrevista com o Arcebispo Vincenzo Zani

Dom Vincenzo Zani — O objetivo do encontro será o de relançar o conteúdo que foi explicado pelo Papa em várias ocasiões desde a sua mensagem de 12 de setembro de 2019, quando falou pela primeira vez sobre o pacto educativo global. Francisco retomou o tema em cinco outras circunstâncias com intervenções ricas em ideias e significados que tentamos reunir. O encontro de 15 de outubro, data de relançamento, é marcado em particular por dois novos elementos. Primeiramente, nos encontramos em um contexto caracterizado pela pandemia e, portanto, não comparável com o de um ano atrás. Em segundo lugar, encontramo-nos hoje num momento da vida da Igreja em que temos um novo documento extraordinário em nossas mãos: a Carta Encíclica Fratelli tutti que o Papa assinou em Assis no dia 3 de outubro passado. Estes dois elementos podem nos ajudar a enquadrar de uma nova maneira o rico patrimônio do Magistério que Francisco, durante seu Pontificado, quis expressar sobre o tema da educação e que está concentrado no tema do pacto educativo global. Creio que o objetivo do Papa é o de convidar todos a formarem uma frente única educacional, porque hoje a realidade é outra. Cada um segue uma direção diferente e estamos testemunhando o que quase poderíamos chamar de uma catástrofe educacional.

O evento de 14 de maio passado foi cancelado, mas nos últimos meses houve mais de setenta experiências educacionais no mundo, inspiradas pelo tema do pacto. Portanto este processo está seguindo em frente…

Dom Vincenzo Zani — Eu diria que sim. Devo dizer que a mensagem do ano passado estimulou inúmeras iniciativas. Antes de tudo, nós, como Congregação, promovemos cerca de quinze iniciativas. Conferências e congressos que aprofundaram os vários temas para tocar as diferentes facetas do pacto educacional: o tema da educação para a democracia, por exemplo, ou o tema da paz e do diálogo entre religiões, lançado pelo próprio Papa com seu discurso na Universidade Lateranense em 31 de outubro de 2019. Também foi realizada uma conferência sobre “Service Learning”, ou seja, sobre educação, colocando as pessoas em posição de servir aos outros. Sobre o tema da ecologia foi organizada uma iniciativa com a Pontifícia Universidade Antonianum, e sobre o diálogo entre religiões, o diálogo entre gerações com a Universidade Auxilium e a Pontifícia Universidade Salesiana. Em síntese, das quinze conferências que havíamos planejado, no final só pudemos organizar onze, porque a pandemia nos obrigou a parar. Entre estas, a última foi um seminário de estudos em Abu Dhabi para recordar o documento assinado pelo Papa com o Reitor de al-Azhar. Tudo isso foi o início de um processo acadêmico. Ouvimos as congregações religiosas, associações, grupos e movimentos que operam em todo o mundo e que imediatamente se prontificaram a fazer algo pelo pacto educacional. Experiências verdadeiramente extraordinárias que infelizmente não poderemos contar na reunião de 15 de outubro, porém mais tarde serão objeto de um estudo mais aprofundado e provavelmente também de uma publicação. Creio que seja correto, de fato, citar o extraordinário esforço que países como o Camboja, a Rússia, alguns países amazônicos e africanos, estão fazendo para dar uma resposta que demonstra uma recepção plena da mensagem do Papa. Esperamos principalmente que seja o início de um novo processo educacional também em contextos locais.

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