Primeiro mártir, santo celebrado nesta quinta-feira, 26, é recordado com importantes dados sobre a perseguição aos cristãos no mundo
Da redação, com Vatican News
A Igreja celebra nesta quinta-feira, 26, a festa litúrgica de Santo Estêvão. Primeiro mártir cristão da história, o santo foi assassinado porque testemunhou a sua fé em Cristo, espalhou o Evangelho e converteu pessoas. O martírio de Santo Estevão ocorreu, segundo o livro dos Atos dos Apóstolos, por apedrejamento no ano 36. Hoje, 1983 anos após a perseguição e morte do santo, ainda existe o martírio dos cristãos.
Neste ano, a World Watch List 2019 da Open Doors/Portas Abertas, apontou em seu relatório anual sobre a liberdade religiosa dos cristãos no mundo, que há cerca de 245 milhões de cristãos perseguidos no mundo. A WWList2019 cobre um período de 12 meses, de novembro de 2017 a outubro de 2018. No dia 18 de janeiro, a associação publicará o novo Relatório.
O culto a Santo Estêvão, presente em todo o mundo – só na Itália existem mais de uma centena de municípios dos quais ele é o Santo padroeiro -, retoma a difícil realidade de perseguição aos cristãos, que assume várias formas: violência, estigma, vandalismo, intolerância, exclusão.
Portas Abertas
Presente em mais de 60 países, a organização Open Doors/Portas Abertas oferece formação e assistência aos cristãos que sofrem por causa de sua fé. Cristian Nani, diretor na Itália da Portas Abertas, antecipa como no ano que está chegando ao fim a perseguição dos fiéis cristãos aumentou em extensão, número e intensidade:
“Precisamos falar sobre isso, fazer as pessoas refletirem porque hoje, milhares de pessoas morrem por causa da sua fé, não na guerra, em situações de conflito, mas, somente por uma profissão de fé”. Assim, depois de ter analisado a situação dos cristãos na Líbia e no Iêmen, Cristian retorna ao que o Papa Francisco, em uma recente Audiência Geral, chamou de “cristãos perseguidos com luvas de pelica”, com particular referência à Europa. “Intolerância e vandalismo são, dois sinais de alarme a serem levados a sério”, frisou.
O diretor da Portas Abertas da Itália afirmou que ainda hoje, no mundo, na Europa muitos são os cristãos perseguidos que dão a vida pela fé. “Eles são perseguidos também com luvas de pelica, deixados de lado, marginalizados”, completou.
Segundo Cristian, as palavras pronunciadas pelo Santo Padre o último dia 11 de dezembro, fazem com que as atenções se voltem para outro tipo de perseguição. Feita de intolerância, vandalismo, resultado de um secularismo que – de acordo com Francisco, em seu discurso à Cúria na semana passada -, faz compreender que a sociedade não está em um regime de cristianismo porque a fé, em grande parte do Ocidente já não constitui um pré-requisito óbvio do viver comum.
O dia de oração na Alemanha
Entre as muitas iniciativas programadas no mundo para a festa litúrgica de Santo Estêvão, está também a da Conferência Episcopal Alemã que celebra o “Dia de Oração pelos cristãos perseguidos e oprimidos”. As liturgias recordarão as vítimas de exclusão e opressão em muitos lugares do mundo.
A iniciativa pretende também expressar o compromisso da Igreja alemã com a liberdade religiosa de todas as pessoas. O dia de oração de 26 de dezembro faz parte da iniciativa “Solidariedade para com os cristãos perseguidos e oprimidos no nosso tempo”, com a qual os bispos pretendem sensibilizar os fiéis para a discriminação e a violência que os cristãos ainda hoje sofrem em muitas partes do mundo.