Secretário geral do Celam pediu aos cristãos: olhar voltado para Deus para curar as feridas da humanidade
Da redação, com Vatican News
Uma esperança escondida, mas que brilha fortemente: esse é o significado do Natal 2020 destacado pelo arcebispo de San Juan de Cuyo, na Argentina, e secretário geral do Celam (Conselho Episcopal Latino-Americano), Dom Jorge Eduardo Lozano, em artigo publicado na edição de Natal da revista espanhola “Vida Nueva”.
Nestes tempos de crise devido à pandemia da Covid-19, escreve o prelado, ressoa constantemente, de muitas partes, “o chamado à esperança”, mas é um convite que se entrelaça, em profundidade, com algumas perguntas sobre a fé. “O que Deus quer nos dizer através de tudo isso? – pergunta dom Lozano – E é possível ter esperança sem ser alguém que crê?”.
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Daí, a ênfase que o prelado faz: a esperança não é uma “fórmula mágica”, nem deve ser “confundida com otimismo” ou com “uma ilusão”. Pelo contrário, “nos mantém com os pés no chão para nos projetarmos no futuro” e, sobretudo, “nos mantém firmes” em momentos “tempestuosos” como o presente.
Expressões de solidariedade
Há muitas e diversas repercussões emocionais, econômicas e sociais da pandemia que, observa o secretário geral do Celam, “evidenciaram muitas desigualdades”, causando “a perda de trabalho, o aumento da violência doméstica, o sacrifício da vida pelos que estão na linha de frente” e acabando por “sufocar os sonhos” dos que não conseguem seguir adiante.
Ao mesmo tempo, porém, “expressões de solidariedade” se multiplicaram, graças em parte a “comunidades religiosas, organizações sociais, empresas individuais e todos aqueles que procuram resolver as situações mais urgentes”. “As pessoas não querem desistir. É também por isso que as iniciativas religiosas online cresceram”, porque “a fé não nos aliena com ilusões”, mas “nos dá a força necessária para sermos testemunhas da nova vida do Senhor”, enfatiza dom Lozano.
Ser uma Igreja em saída, missionária e sinodal
Especialmente nestes tempos difíceis, portanto, “somos chamados a ser uma Igreja em saída, missionária e sinodal”, abrindo “nosso coração aos muitos que foram afetados pela pandemia”, como os doentes, os desempregados, as famílias em dificuldade.
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Isto é fundamental, escreve ainda o bispo, num momento em que “a noite parece invadir tudo”, “a lei do mais forte parece prevalecer” e “os abusos de poder parecem não ter limites”, tornando os pobres cada vez mais pobres e os ricos cada vez mais ricos.
Daí, a exortação final a ter fé que “não é uma abstração, mas um vínculo com o Cristo vivo e com a comunidade”. “A Ele voltemos nosso olhar para curar as feridas da humanidade desolada porque através da morte e ressurreição de Jesus, Deus nos faz sua família e nos torna livres”, conclui Lozano.