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Natal é festa da esperança e da alegria, destaca padre

Celebrar o nascimento de Jesus é renovar a fé e a esperança; padres recordam o verdadeiro sentido do Natal

Thiago Coutinho
Da redação

Jesus nasce para trazer redenção, lembra padre Marlon / Imagem de Myriams-Fotos por Pixabay

Em todo o mundo, fiéis se preparam para a celebração do Natal neste sábado, 25. Em tempos ainda de pandemia, celebrar o nascimento do Menino Jesus é uma renovação de esperança e fé para um mundo tão fragilizado pela doença.

“Natal é festa da esperança, da alegria”, afirma padre Eduardo Rocha, da paróquia de Tubarão (SC). “A festa em que Deus assume a humanidade na pessoa de Jesus de Nazaré. E neste movimento de Deus, em vir ao encontro da humanidade. A Igreja não está fora do mundo. Por isso as alegrias, esperanças e tristezas também são para a Igreja. Celebrar o Natal, especialmente nestes tempos exigentes, com desafios, é de esperança, renovação para todos aqueles que confiam no Senhor”, acrescenta.

Para padre Márlon Múcio, portador de uma doença rara conhecida como Deficiência do Transportador de Riboflavina, o nascimento de Cristo toma um significado ainda maior. “Nosso Senhor nasce para nos trazer a redenção e o Seu ministério vai culminar com Sua paixão, morte e ressurreição. É um momento que divide a história em antes e depois. Os fatos narrados, se não tivesse nascido e morrido por amor a nós, nossas vidas não teriam sentido”, observa.

Celebrar o Natal é celebrar a vida

A pandemia chega a seu segundo ano. Ainda que agora haja a vacina e as taxas de mortalidade tenham caído vertiginosamente, para muitas famílias ainda resta uma cicatriz recente daqueles entes perdidos para a doença.

“A morte é sempre uma experiência dura, de falimento da vida, por isso nos toca tanto lidar com esses limites humanos”, analisa padre Eduardo. “Colocamos a morte no horizonte da vida. Mas celebrar o Natal é celebrar a vida que se renova em Deus, que se move n’Ele. Nesse movimento de Deus, da eternidade para o tempo, recordamos esta verdade: apesar da contingência, da facticidade da vida, nosso Deus não nos deixa no vazio, por isso verbo assume a carne, por isso é significativo celebrar o Natal, sobretudo às famílias que perderam seus entes queridos”, afirma.

“Precisamos amar as pessoas enquanto temos tempo”, avalia padre Márlon. “Temos duas atitudes: ou posso viver o Natal assistindo-o, como se fosse uma peça, ou inserido, como uma das personagens, entende? Sigo o que Santa Teresinha dizia: só temos hoje para amar Jesus. Sigo o que ela disse: só tenho hoje para amar as pessoas”, reitera.

Padre Márlon reforça ainda um comportamento muito comum: elogiar e amar as pessoas enquanto estão vivas. “Vamos valorizar e reconhecê-las enquanto estão vivas. O espírito de Natal deixa realmente as pessoas mais triste às vezes, até deprimidas. Se você perdeu um ente querido, reze por ele. E reconheça a perenidade e fugacidade da vida. E reconheça também a eternidade que nos espera. Reze por essas pessoas, mas também ame os que ainda estão aqui”, pede o religioso.

Exercícios concretos

É importante que os valores natalinos permaneçam intrínsecos aos fiéis. “Não somente agora, mas em todas as épocas, o mundo pode impedir os fiéis de acessarem esta luz, esta graça luminosa. Nestes tempos em que vivemos de crise econômica, política, moral, tantas crises enfrentadas, precisamos de um exercício contínuo e autêntico para enfrentar esta graça do Natal”, adverte padre Eduardo.

A assistente social Francine Dias Capella vê nas tradições natalinas uma oportunidade de reconciliação, de renovação. “Deixamos pra trás nossos desentendimentos, brigas que muitas vezes resolvemos no Natal”, diz. De uma família grande – são oito irmãos – Francine explica que o Natal remete à felicidade. “As casas ficam enfeitadas, tudo arrumado, saímos para comprar presentes para meus filhos, mas também é um momento de reflexão sobre nossa vida cristã”, reitera.

Apesar de toda a felicidade pessoal, a assistente social entende que é nesta época também que muitos dos problemas sociais que assolam o país ficam mais evidentes. “As pessoas fazem mais caridade nesta época”, constata. “E ficam bem claras as desigualdades sociais, especialmente neste ano, com a continuidade da pandemia, vemos um cenário em que as famílias estão passando por dificuldade, especialmente as mais vulneráveis”, acrescenta.

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