Mais uma vez, fiéis se preparam para viver Semana Santa na pandemia; padre recorda ações para a boa vivência desta que é a Semana Maior da Igreja
Julia Beck
Da redação
Pela segunda vez, fiéis católicos celebrarão a Semana Santa em um contexto de pandemia. Atualmente, o Brasil vive a segunda onda da Covid-19 e enfrenta os mais altos números de casos e mortes desde o início da crise sanitária. Diante disso, os fiéis se preparam para viver este importante tempo da Igreja, mais uma vez, sob fortes restrições.
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Semana Santa
O pároco da Igreja de Nossa Senhora Aparecida e Santo Expedito, padre Gustavo Uchôa, sublinha o valor da celebração anual do Mistério Pascal (Morte e Ressurreição do Senhor).
“Como é bom estarmos reunidos em comunidade para viver o central de nossa fé. Como são belos os ritos, os cantos, os costumes deste tempo santo. O valor da Semana Santa é sempre inquestionável, ainda que tenhamos de nos adaptar nestes tempos difíceis”, explica o sacerdote.
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Compreender a força do amor de Deus
A advogada Andreia de Oliveira Valente, de 51 anos, observa que, no ano passado, a vivência deste tempo na pandemia pegou muitos católicos de surpresa. “Ano passado, estávamos despreparados, fomos surpreendidos”, frisou.
Neste ano, Andreia destaca a importância de os católicos compreenderem a força do amor de Deus pela humanidade. “Ele nos diz neste tempo: “Coragem! Eu venci o mundo. É o momento de mergulharmos nos mistérios da fé para entender esse Deus que nos ama tanto”.
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Para o engenheiro mecânico Alcides José de Lima, de 52 anos, o momento também é de reflexão sobre o amor ao próximo. “Devemos pensar nos que estão ao nosso redor e precisam da nossa caridade”.
“A Ressurreição de Cristo é o acontecimento mais importante para nossa fé. Nela, encontramos nossa esperança de vida eterna”, explica o católico.
Alcides reforça que é necessário participar da Eucaristia e refletir sobre as necessidades dos que sofrem com a pandemia.
Pelos meios de comunicação
Padre Gustavo afirma que cada fiel deve buscar viver a Semana Santa da melhor maneira possível. “Se for possível acompanhar pelas TVs católicas, redes sociais de suas paróquias ou ainda outros meios, deve-se fazê-lo. Afinal, o que não se pode é deixar de acompanhar aquilo que a Igreja nos propõe.”
A vivência da Semana Santa, opina Andréia, deve começar no coração. “Só assim conseguiremos vivê-la dentro de nossas casas, com nossas famílias, e através dos meios de comunicação”.
Sobre as transmissões, a católica frisa que é uma nova forma de os católicos terem um suporte diante da impossibilidade de celebrarem a Semana Santa em comunidade.
Os meios de comunicação, opina a advogada, colocam os católicos mais próximos neste momento. “Se estivermos espiritualmente preparados, sairemos com a mesma paz que sairíamos das celebrações presenciais.”
Clima de oração
“A melhor maneira de vivermos bem este tempo é criando um clima de oração”, observa padre Gustavo. O sacerdote recorda que cada casa é uma Igreja Doméstica, como dizia São João Paulo II.
“Devemos criar este ambiente orante em nossos lares. Não basta apenas ligar a TV ou celular na hora das celebrações, é preciso que, ao longo destes dias, vivamos em clima de oração”, indica o presbítero.
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Outro aspecto importante apontado por padre Gustavo é o de deixar-se envolver pelos símbolos. “No Domingo de Ramos, por exemplo, colocar um ramo na porta de casa. Gestos simbólicos como este favorecem a vivência religiosa em família”.
Alcides partilha que em sua casa foi criado um ambiente para a família participar das celebrações virtuais. Um pequeno altar na sala foi montado para eles acompanharem a liturgia. “Assim temos um maior desejo de participarmos da comunhão espiritual”, destaca.
Voltar-se para Deus
Os católicos são convidados a viver estes dias com o coração inteiramente voltado para Deus. “Chegada a Semana Santa, se formos capazes de mergulhar neste grande mistério de amor, certamente teremos nossa vida transformada pela força do Ressuscitado”, opina padre Gustavo.
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Meditando as dores de Jesus, segundo o presbítero, é possível unir nossas lutas e sofrimentos a Ele. “Contemplando a Ressurreição, podemos cultivar em nós essa esperança de Vida Nova.”
Luz em meio às trevas
Com criatividade, sensatez e fé, padre Gustavo afirma que os fiéis são convidados a superar os desafios que imergiram ao longo deste tempo de pandemia.
“A esperança, ao lado da fé e caridade, é uma das virtudes que mais temos de desenvolver em tempos de pandemia”, frisa o presbítero.
O cristão, de acordo com o sacerdote, deve ser um sinal, uma luz em meio às trevas. “Quando temos Jesus Cristo como razão de nosso viver, não há o que temer, não existe realidade que não seja tocada pelo Senhor. Não podemos perder a esperança. Nesse sentido, a Semana Santa traz à tona essa vertente de nossa fé: a passagem da morte à vida, do desespero à esperança”.