ADEUS

Missa de exéquias recorda o Cardeal Majella: amor à Igreja e serviço

Arcebispo de Salvador presidiu a missa de exéquias do Cardeal Geraldo Majella, que morreu no sábado; celebração foi seguida do sepultamento

Kelen Galvan
Da Redação

Fiéis acompanham a celebração na Catedral de Londrina / Foto: Reprodução Arquidiocese de Salvador

Um misto de tristeza e gratidão marcou o adeus ao Cardeal Geraldo Majella Agnelo, arcebispo emérito de Salvador. A Missa de Exéquias celebrada na Catedral Metropolitana de Londrina (PR), nesta segunda-feira, 28, contou com a presença de centenas de fiéis e muitos presbíteros que se reuniram para despedir-se do cardeal.

A celebração foi presidida pelo arcebispo de São Salvador da Bahia e primaz do Brasil, Cardeal Sérgio da Rocha. Na homilia, Dom Sérgio destacou a profunda gratidão ao Cardeal Majella, pelos ofícios tão importantes que ele exerceu na Igreja ao longo de tantos anos.

“Especialmente como bispo de Toledo (PR), como arcebispo de Londrina (PR), como Arcebispo de São Salvador na Bahia, primaz do Brasil. Seu precioso serviço prestado à Igreja nos vários âmbitos da vida eclesial, na CNBB (especialmente como presidente), no Celam (como vice-presidente), e também no departamento que cuidava da liturgia. Na Sé Apostólica, como secretário da Congregação para o Culto Divino”, recordou Dom Sérgio.

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O cardeal lembrou que também o Papa Francisco, na mensagem de condolência enviada por ocasião da morte de Dom Majella, destacou os longos anos de serviços prestados à Igreja, sempre pautado pelo zelo apostólico.

“Nos serviços que Dom Geraldo exerceu nos diversos âmbitos da vida eclesial, nós reconhecemos com profunda gratidão o seu amor à Igreja, sua disponibilidade em servir, sua busca incansável de comunhão eclesial, sobretudo seu testemunho de unidade com o Santo Padre”, enfatizou.

Mansidão, simplicidade, serenidade

Dom Sergio expressou ainda sua gratidão a Deus, primeiramente, e a Dom Geraldo pelo que era, pelo seu modo de ser no dia a dia, em sua vivência de cristão.

Cardeal Sérgio da Rocha presidiu celebração que marcou o adeus ao Cardeal Geraldo Majella / Foto: Reprodução Arquidiocese de Salvador

“Muito amado e reconhecido, dentre tantos aspectos, pela sua mansidão, sua simplicidade, serenidade. Seu sobrenome Agnelo, significa justamente ‘cordeiro’. A exemplo de Jesus, o bom pastor, ele se fez esse cordeiro manso e humilde, sempre sereno. Seu jeito fraterno, atencioso e bondoso para com todos. O diálogo, a convivência fraterna, ele sempre procurou estimular, vivenciar. Seu amor e solidariedade com os pobres e marginalizados, expresso, dentre tantas outras iniciativas, na Pastoral da Criança, desde sua fundação”, exemplificou o cardeal.

O cardeal de Salvador destacou ainda o agradecimento da arquidiocese primacial do Brasil pelos doze anos em que Dom Majella esteve à frente da arquidiocese, com “inúmeros frutos na vida e na missão da Igreja”. Ele lembrou que em 2011, foi Dom Geraldo que presidiu a beatificação de Santa Dulce dos Pobres, em Salvador, representando o Papa Bento XVI. “Dom Geraldo foi fiel ao seu lema episcopal ‘Caridade com fé'”, afirmou.

Orações por Dom Geraldo

Referindo-se às leituras da Missa de Exéquias, Cardeal Sérgio explicou que elas enfatizam esta fé, que fundamenta e sustenta a caridade e a esperança. A fé, manifestada por Pedro, diante da pergunta de Jesus aos discípulos: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo” (cf. Mt 16,13-20).

“É a palavra de Pedro que esteve na boca e no coração de Dom Geraldo. Fé professada por ele, como Simão Pedro, fé professada por ele com Pedro, com o sucessor de Pedro. Crendo com a Igreja e como Igreja. (…) Feliz foi Dom Geraldo por ter professado, celebrado e vivido a fé em Cristo nos seus longos anos de vida e ministério. Por ter permanecido servo fiel, servo que vive da fé, que vive da fidelidade”, disse o Cardeal Sérgio da Rocha.

O arcebispo afirmou que felizes são todos os que vivem a fé, que permite rezar com confiança colocando nas mãos de Deus a própria vida. “No coração e nos braços de Jesus, o Bom Pastor, nós entregamos o seu servo fiel, o cardeal Dom Geraldo Majella Agnelo, pedindo a recompensa celestial para ele. E, ao mesmo tempo, confiando no coração misericordioso de Jesus nesta catedral, todas as pessoas que o acompanharam ao longo de sua vida e seu ministério”.

Ele finalizou lembrando que as palavras de Jesus “Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá” (Jo 11, 25) alimentam a esperança de cada um de nós.

Sepultamento

Foto: Reprodução Arquidiocese de Salvador

Ao término da Missa de Exéquias, os fiéis se organizaram em fila no corredor central da Catedral, com rosas brancas nas mãos, representando os anos de vida de Dom Geraldo e velas representando a ressurreição. E o corpo do cardeal foi conduzido pelos outros bispos até a porta da Catedral para depois ser levado à cripta, onde foi sepultado.

O cardeal Majella faleceu na manhã deste sábado, 26, aos 89 anos, na cidade de Londrina (PR), onde residia desde 2014. Sua saúde se agravou em dezembro do ano passado, quando sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Ele encontrava-se em internamento domiciliar e teve uma piora nos últimos dias, vindo a falecer no sábado. 

.: Veja a celebração de exéquias do Cardeal Majella: 

 

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