O congresso foi convocado pelo CELAM e tem continuidade com o Encontro sobre a proteção dos Menores realizado no Vaticano em fevereiro deste ano
Da Redação, com Vatican News
Tem início nesta quarta-feira, 6, no México, o primeiro encontro latino-americano sobre a prevenção dos abusos contra menores. O Congresso organizado pela Pontifícia Universidade do México reunirá, durante três dias, autoridades eclesiásticas e especialistas no tema.
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O encontro foi convocado pelo Conselho Episcopal Latino-Americano,CELAM, e tem uma continuidade ideal com o Encontro sobre a proteção dos Menores realizado no Vaticano em fevereiro deste ano. “Respondendo também ao veemente convite do Papa para que esta gravíssima questão seja enfrentada de frente”, afirma padre Amedeo Cencini, membro do Serviço Nacional para a proteção dos menores da Conferência Episcopal Italiana. Padre Amedeo foi convidado para discutir sobre os processos de formação e prevenção dos abusos, um dos temas fundamentais a serem enfrentados pelos organizadores.
Os relatores eclesiásticos e especialistas internacionais procurarão traçar um panorama real da situação do fenômeno na América latina. Além reforçar a importância da prevenção e da tolerância zero, colocar em evidência o papel de responsabilidade das Conferências Episcopais e dos Superiores Gerais. E principalmente, terá uma peculiaridade: a escuta das vítimas, dimensão fundamental para compreender o fenômeno.
Entre os participantes do congresso está prevista o testemunho de uma das vítimas do padre Fernando Karadima, o sacerdote culpado de abusos, cujo caso abalou a opinião pública de todo o mundo. “Será um momento muito importante – confirma padre Cencini – que pretende mostrar a atitude positiva com a qual e Igreja quer se impor, completamente diferente do passado. É preciso dar voz às vítimas e se deixar comover e purificar pela sua experiência”.
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Uma das tarefas do Congresso será compreender que dentro da Igreja, o fenômeno dos abusos chama em causa várias responsabilidades. Padre Cencini destaca que “somos todos um pouco responsáveis”, mas ainda não há a aceitação de maneira total, a total tomada de consciência, o que ele chama de “o escândalo no escândalo”. Ele afirma ainda que não é “suficiente identificar os culpados, providenciar sanções corretas, não é suficiente a coragem da renúncia: é preciso uma perspectiva através da qual aceitamos que todos estamos envolvidos”.