Relembre o tema e o roteiro de celebrações para este mês da Bíblia; Confira também reflexões já feitas pelo Papa Francisco sobre o valor da Palavra de Deus
Julia Beck
Da redação
Com o início do mês de setembro, a Igreja no Brasil começa um período dedicado à Palavra de Deus. Popularmente conhecido como “Mês da Bíblia”, setembro foi escolhido porque é quando se comemora a memória litúrgica de São Jerônimo, no dia 30. O santo foi quem traduziu os textos sagrados do hebraico e do grego para o latim.
Este ano, o livro bíblico escolhido pela Conferência Nacional dos Bispos (CNBB) para aprofundamento é a Carta aos Efésios, com a inspiração: “Vestir-se da nova humanidade! (cf. Ef 4,24)”. Em seu Texto-Base para 2023, a CNBB buscou explorar o sentido da unidade do Corpo de Cristo, exortando os católicos a viverem como filhos e filhas reconciliados com Deus, assumindo no cotidiano a vida nova experimentada no Batismo – individualmente e em comunidade.
Em maio a Conferência promoveu um seminário para animadores do mês da Bíblia e, em julho, ofereceu às comunidades não só o Texto-Base, como também um roteiro para quatro encontros. Eles terão como tema para reflexão, respectivamente: “Conhecer o amor de Cristo” (Ef 3, 14-21), “A unidade da Igreja” (Ef 4, 1-16), “Procedei como filhos da luz” (Ef 5, 6-20) e “Honra teu pai e tua mãe” (Ef 6, 1-9). A celebração de encerramento deve retomar o trecho da Carta aos Efésios que é tema do Mês da Bíblia 2023.
Série da Canção Nova
Com o objetivo de contribuir com a celebração deste Mês da Bíblia, o Sistema Canção Nova de Comunicação desenvolveu a série “A Bíblia foi escrita para você!”, que tem como tema “Filhos da Luz”. Durante os trinta dias deste mês, a produção visa auxiliar os católicos no aprofundamento da Palavra de Deus.
A série poderá ser acompanhada em todo o Sistema de Comunicação: pela TV Canção Nova às 6h30; pela Rádio Canção Nova às 6h15; e no Portal (www.cancaonova.com).
A Canção Nova promove também a campanha “Filhos da Luz”. A iniciativa busca incentivar os fiéis a doarem qualquer valor em sua loja virtual. Ao final da campanha, a quantia arrecadada será revertida em bíblias para a comunidade Bethânia, que trabalha na recuperação de dependentes químicos. Saiba mais aqui.
Iniciativa do Papa
Em 2019, no dia dedicado a São Jerônimo, a Santa Sé publicou a Carta Apostólica “Aperuit illis”, do Papa Francisco, na forma de Motu Proprio, que instituiu o Domingo da Palavra de Deus – uma ação universal da Igreja para celebrar, refletir e divulgar a Palavra de Deus.
Sobre o título do documento, que faz referência ao trecho do livro bíblico de São Lucas: “Abriu-lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras” (Lc 24, 45), o Santo Padre afirmou: “Trata-se de um dos últimos gestos realizados pelo Senhor ressuscitado, antes da sua Ascensão. Encontrando-se os discípulos reunidos, Jesus aparece-lhes, parte o pão com eles e abre-lhes o entendimento à compreensão das Sagradas Escrituras“.
O Domingo da Palavra de Deus é celebrado em janeiro, no Vaticano. No Brasil, com autorização da Santa Sé, a celebração tem ênfase no último domingo de setembro – há 50 anos estabelecido como o Dia da Bíblia.
Reflexões de Francisco sobre a bíblia
Ao longo destes dez anos de pontificado, o Papa fez reflexões sobre o valor da bíblia na vida dos católicos. Ao celebrar pela primeira vez o Domingo da Palavra de Deus, em 2020, Francisco pediu aos fiéis para darem “espaço à Palavra de Deus”.
“Vamos ler diariamente qualquer versículo da Bíblia. Começar pelo Evangelho: mantê-lo aberto no cômodo de casa, trazê-lo conosco no bolso, visualizá-lo no celular; deixemos que nos inspire todos os dias. Descobriremos que Deus está perto de nós, ilumina as nossas trevas, amorosamente impele para conduzir a nossa vida”, pontuou.
Em abril de 2019, o Santo Padre ressaltou que a Palavra de Deus é viva, não morre, nem envelhece, mas permanece para sempre. “Está viva e dá vida. A Palavra, de fato, traz ao mundo o respiro de Deus, infunde no coração o calor do Senhor através do sopro do Espírito”, continuou.
Na mesma ocasião, o Pontífice advertiu que a bíblia não é uma bela coletânea de livros sagrados a estudar, e sim a Palavra de vida a semear. Ela também é classificada por ele como a melhor vacina contra o fechamento e autopreservação da Igreja.
“Bíblia e vida: vamos nos comprometer para que essas duas palavras se abracem, para que jamais uma fique sem a outra. Rezemos e trabalhemos para que a Bíblia não fique na biblioteca, mas corra pelas estradas do mundo. E faço votos para que vocês sejam bons portadores da Palavra”.
Já no mês de outubro de 2018, o Santo Padre frisou a “preciosa singularidade” da Palavra de Deus que “comunica Jesus que é a vida”. Segundo ele, ela continua a ser hoje uma “Palavra viva e ativa” no meio da sociedade, tão capaz de “curar os corações feridos”, como no tempo de Cristo.
“A Palavra de Deus tem realmente o poder de transformar a vida, porque ‘é viva e eficaz, e mais penetrante do que uma espada de dois gumes’, ‘apta para discernir os pensamentos e intenções do coração’”, disse.