Páscoa do fundador da Comunidade Bethânia completa 17 anos; missionária que trabalhou com o sacerdote relembra o seu jeito simples de ser
Gabriel Fontana
Da Redação
Foto: Arquivo Canção Nova
Há 17 anos, Léo Tarcísio Gonçalves Pereira, mais conhecido como padre Léo, partia para a eternidade. Após quase um ano lutando contra um câncer no sistema linfático, o fundador da Comunidade Bethânia faleceu em 4 de janeiro de 2007, aos 45 anos.
Durante sua vida, o mineiro do Biguá, zona rural de Itajubá (MG), atraiu multidões com seu jeito particular de ser e de evangelizar. As histórias repletas de bom humor exprimiam o amor e a urgência pelo anúncio do Reino de Deus de um servo que não abria mão do seu jeito de ser.
Missionária da Comunidade Canção Nova desde 1997, Edvânia Eleutério trabalhou com o padre Léo na TV Canção Nova. “Tive o privilégio de conhecer e conviver de perto com ele, e a honra de chamá-lo de amigo”, expressa, acrescentando ainda que admirava o despojamento e a simplicidade do sacerdote.
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“Naquele tempo, tínhamos pouquíssimos recursos e muitas vezes faltavam equipamentos ou cenários adequados para transmitir os programas que ele apresentava. Mas ele não fazia tanta questão disso, só queria que fizéssemos o melhor com o que tínhamos”, partilha a missionária.
Edvânia conta também que uma característica do padre que a marcou, bem como a toda equipe, era o amor por cada um deles. “Ele tinha aquele jeito todo especial de conquistar, com alegria e bom humor, e a sensibilidade de intuir o que cada um estava vivendo”, afirma, elogiando também a inteligência do sacerdote. “Ele foi um homem adiante do seu tempo. Ouvindo suas palestras, percebemos como são atuais e atendem ao tempo de hoje”, declara.
“Buscai as coisas do alto”
Fábio Henrique Mendes, conhecido como Fabito / Foto: Arquivo pessoal
O influenciador católico Fábio Henrique Mendes, conhecido como Fabito, cresceu ouvindo as pregações do padre Léo. Era um costume de sua mãe ouvir as histórias do sacerdote, definido pelo jovem como uma peça fundamental para sua conversão.
Ele ressalta especialmente a didática e a simplicidade apresentada pelo fundador da Comunidade Bethânia ao evangelizar. Amante da Palavra de Deus, o padre Léo era capaz de mostrar para as pessoas quão interessante era ouvir os ensinamentos contidos nas Sagradas Escrituras.
Da mesma forma, Fabito ressalta a força do sacerdote para realizar a vontade de Deus e seguir com sua missão, apesar das dificuldades causadas pelo linfoma contra o qual lutava. “Mesmo na pior situação de sua vida, ele nunca deixou de servir a Deus e principalmente buscar as coisas do alto”, comenta o jovem, indicando que este é o caminho da salvação.
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Diante do testemunho do padre Léo, o influenciador não tem dúvidas do quanto o sacerdote contribuiu e contribui com a evangelização. Seguindo seus passos, Fabito reforça que todos devem, assim como o pregador, buscar as coisas do alto, com a coragem de servir a Deus e se entregar a Ele.
Causa de beatificação do padre Léo
Padre Lúcio Tardivo, Comunidade Bethânia / Foto: Arquivo pessoal
“Servo de Deus” é o título recebido pelo padre Léo em março de 2020. Na ocasião, foi aberta a causa de beatificação do sacerdote, que passou a ter sua vida examinada por um tribunal histórico-teológico. Desde então, há a expectativa do envio de um relatório para que o processo avance para a fase romana e haja o reconhecimento das virtudes heroicas do padre Léo. O intuito é que, concluído o processo, o religioso possa, um dia, ser beatificado e, posteriormente, tornar-se santo da Igreja católica.
Membro da Comunidade Bethânia, o padre Lúcio Tardivo é o presidente do Instituto Pe. Léo, criado para cuidar da causa de beatificação. Ele explica que, atualmente, o processo está no início, em sua fase diocesana.
“Todo o material da vida do padre Léo, seus escritos, todas as pregações, tudo que ele tem de publicação, tudo isso foi enviado para uma comissão que está analisando esse processo”, conta o presidente do instituto. Ele afirma também que há duas equipes trabalhando na reunião dos documentos do sacerdote e na organização de relatos de graças e possíveis milagres alcançados por intercessão do padre Léo.
A expectativa é que a coleta de todo este material seja reunida e enviada para o Vaticano, dando início à etapa romana do processo, possivelmente em 2025. “A vida do padre Léo é uma vida bastante intensa, tem muita coisa a ser estudada, por isso, estamos trabalhando firmemente para dar conta de tudo isso”, comenta padre Lúcio, adicionando que continuam rezando “para que, de fato, esse processo vá adiante e tenha êxito de acordo com aquilo que é a vontade de Deus”.
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