30 de agosto

Em BH, Igreja celebra memória do beato padre Eustáquio

Missa será presidida e transmitida às 19h, em Belo Horizonte, pelo presidente da CNBB e arcebispo local, Dom Walmor de Oliveira

Da redação, com informações do site Padre Eustáquio

Padre Eustáquio /Foto: Divulgação – Vice-Postulação da Causa de Canonização de Padre Eustáquio

A Igreja celebra nesta segunda-feira, 30, a memória do beato padre Eustáquio. O sacerdote faleceu no Hospital Alberto Cavalcantti (antigo Sanatório Minas Gerais), em Belo Horizonte. O beato é conhecido como missionário da Saúde e da Paz.

Ao longo do dia, o Santuário em Belo Horizonte estará aberto para visitação. Até às 19h os fiéis poderão visitar o Memorial, onde estão os restos mortais do beato e fazer orações no Santuário, que fica na capital mineira. Toda a visitação é controlada por protocolos sanitários por causa da pandemia da Covid-19.

Pela internet, uma vasta programação está sendo exibida, pelo Canal Padre Eustáquio. Padres, religiosos e leigos traduzem a devoção ao Beato por meio de orações, terços, missas e depoimentos de graças alcançadas.

Às 19h haverá a Missa de encerramento do Dia de Padre Eustáquio. Ela será celebrada pelo arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, que também é presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A Celebração será exibida pelo Canal Padre Eustáquio, no YouTube e pela TV Pai eterno para todo o Brasil.

Biografia

Padre Eustáquio van Lieshout nasceu em Aarle Rixtel na Holanda, no dia 3 de novembro de 1890. Filho de Guilherme e Elizabete, o sacerdote tinha nove irmão. Seu batizado foi no mesmo dia em que nasceu.

Em 1901, recebeu a Primeira Comunhão e foi crismado em 1904. Próximo de completar 15 anos, no ano de 1905, ingressou no Seminário da Congregação dos Sagrados Corações.

Desde pequeno o futuro Padre Eustáquio tinha o grande sonho de ser missionário como o “apóstolo dos hansenianos”, São Damião de Molokai .

Em 1915 o jovem Eustáquio professou os Votos de Pobreza, Castidade e Obediência tornando-se religioso dos Sagrados Corações . Em 1919, recebeu a ordenação sacerdotal. Serviu ao Povo de Deus na Holanda em várias missões. Destacou-se de tal forma, que recebeu do Rei da Bélgica uma condecoração pelos serviços prestados aos refugiados belgas por causa da Primeira Guerra Mundial.

Missionário

Em 1925 seu ideal missionário se realizou. Foi um dos três fundadores da primeira comunidade da Congregação dos Sagrados Corações no Brasil, em Romaria, no Triângulo Mineiro.

A partir de 1925, os três primeiros religiosos dos Sagrados Corações se estabeleceram nas cidades que naquela época pertenciam à então Diocese de Uberaba: Padre Gil van den Boogaart, Padre Matias van Rooy e o Padre Eustáquio van Lieshout, que foi o construtor do novo Santuário de Nossa Senhora da Abadia da Água Suja, na atual cidade de Romaria-MG.

Em 1926, fundaram o Colégio Regina Pacis, em Araguari-MG, e em 1927 o Ginásio Dom Lustosa, em Patrocínio-MG. Os primeiros diretores foram os Padres Gil e Matias respectivamente.

Padre Eustáquio viveu em Romaria-MG, de 1925 até 1935, servindo também às paróquias de Indianópolis-MG e Iraí de Minas-MG. Depois foi transferido para São Paulo sob protesto de seus paroquianos. Foi pároco em Poá (SP) de 1935 a 1941 na paróquia Nossa Senhora de Lourdes.

Popularidade

O sacerdote tornou-se popular entre os católicos. A pequena cidade não comportava o grande número de fiéis que o procurava diariamente. Nesta época, iniciaram relatos de curas alcançadas por intermédio de padre Eustáquio.

“Santo de Poá”. Assim o presbítero ficou conhecido pela população local e os muitos peregrinos que iam a Poá, vindos de muitas cidades do estado de São Paulo.

A solução encontrada pelos seus superiores foi a de afastá-lo da paróquia em maio de 1941. As autoridades civis e religiosas determinaram seu exílio para uma fazenda na cidade de Rio Claro (SP), e a troca de seu nome para Padre José, o que ele aceitou testemunhando obediência e humildade.

Mais uma vez foi descoberto, a fazenda invadida por centenas de pessoas e a situação tornou-se cada vez mais difícil. Descoberto, iniciou uma peregrinação por vários lugares como Campinas (SP), Rio de Janeiro (RJ), e São Paulo (SP).

Seu carisma e seus dons, o forte chamado à conversão, sua corajosa pregação e as bênçãos rituais de cura atraíram multidões. A fama de santidade do “Vigário de Poá” se espalhou por todo o país. A incontrolável situação tornou-se um problema até de saúde e segurança pública por onde passava.

Trabalhos em Minas Gerais

Seu refúgio passa a ser o convento dos padres em Patrocínio (MG). A capela de Santa Luzia era seu campo de trabalho, mas com sérias restrições. Atendimento e bênçãos só no confessionário, onde chegava a ficar de sete a oito horas por dia.

Sem uma queixa, padre Eustáquio aceitou todas as condições. Em Patrocínio, experimentou novo ânimo. Mas lá permaneceu apenas quatro meses, de outubro de 1941 a fevereiro de 1942. 

A Congregação dos Sagrados Corações foi chamada para assumir uma nova missão. O superior, padre Gil, acreditava que a nova missão exigia alguém como padre Eustáquio e o nomeou para Belo Horizonte (MG) como pároco. Antes de partir para a capital mineira, foi enviado como pároco provisório à cidade de Ibiá (MG), onde nem completou dois meses, mas deixou plantado o projeto da Santa Casa que hoje leva seu nome.

Foram apenas 16 meses de intenso apostolado a partir da capela de Cristo Rei, da antiga paróquia de São Domingos, futura paróquia dos Sagrados Corações. Além da própria paróquia, era chamado por toda parte.

Doença e morte

Uma repentina febre alta interrompeu por uma semana este intenso apostolado. No dia 30 agosto de 1943 faleceu vitimado por tifo exantemático ou febre maculosa, também chamada de febre do carrapato.

Seu funeral foi reuniu centenas de milhares. Seu túmulo no Cemitério do Bonfim continuou sendo visitado pelos fiéis. Imediatamente teve início uma constante peregrinação ao seu túmulo e a construção da igreja por ele projetada. 

Beatificação

Desde que o Papa São João Paulo II, no dia 12 de abril de 2003, reconheceu a heroicidade das virtudes de Padre Eustáquio, inscrevendo o nome do religioso na lista dos Veneráveis Servos de Deus, o processo de Beatificação ganhou um novo passo, o de apresentar um milagre para que ele fosse reconhecido pela igreja e declarado Bem-Aventurado pela Santa Sé.

Entrou em cena, então, a surpreendente cura de um câncer por intercessão do Padre Eustáquio em benefício do Padre Gonçalo Belém, de Belo Horizonte, que foi comprovada cientificamente. 

Por conta deste fato, no dia 15 de junho de 2006, foi realizada a solene Beatificação no Mineirão. O reconhecimento público de uma vida heroica nas virtudes e no serviço.

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