NAS NAÇÕES UNIDAS

Gallagher: reformar a ONU para promover a paz e os direitos humanos

Em seu discurso na 80ª Assembleia Geral da ONU, o arcebispo Gallagher falou sobre diversos temas, com as regiões conflitos pelo mundo e a busca pala paz

Da redação, com Vatican News

O arcebispo Paul Richard Gallaghe durante seu discurso na 80ª Assembleia Geral da ONU / Foto: ZUMA Press Wire via Reuters

O Arcebispo Paul Richard Gallagher, Secretário para as Relações com os Estados e Organizações Internacionais e Chefe da Delegação da Santa Sé no Debate Geral da Semana de Alto Nível na Abertura da 80ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, falou sobre diversos temas em seu discurso.

O título de seu discurso atendeu por “Melhor Juntos: 80 anos e mais pela paz, desenvolvimento e direitos humanos”. Dom Gallagher abordou diversos temas, como a paz em inúmeras regiões de conflito (República do Congo, Ucrânia, Síria, Oriente Médio etc.). Abordou também a pobreza, o uso da inteligência artificial, mudanças climáticas, imigração etc.

Confira, a seguir, os principais excertos de seu discurso:

Promover a cooperação multilateral

O discurso, proferido neste dia 29 de setembro na sede das Nações Unidas em Nova York, começa com a constatação de que a “cooperação multilateral” é essencial para enfrentar as questões globais. Para fazer isso, é necessário reafirmar os valores fundamentais da organização: promover a paz internacional, o desenvolvimento e os direitos humanos universais, valores que são “ainda mais importantes em um mundo cada vez mais fragmentado”. Este é marcado por um “isolacionismo” que causa “uma instabilidade previsível” que se traduz nas feridas que afligem o mundo atual: “a escalada das tensões geopolíticas, a crise climática em curso, o aumento das desigualdades e a crescente pobreza”. Questões que testemunham um contexto internacional alterado, com novas “ameaças” que “nenhum país pode enfrentar sozinho”. Nesse contexto, a Santa Sé se coloca como “voz dos que não têm voz”, promovendo “um mundo em que a paz prevaleça sobre os conflitos, a justiça triunfe sobre as desigualdades, o Estado de Direito substitua o poder e a verdade ilumine o caminho para o autêntico bem-estar humano”.

Construir a paz

O arcebispo enfoca a paz: não simplesmente a “ausência de conflito” ou equilíbrio entre adversários, mas um valor enraizado no “respeito mútuo”, “ativo e envolvente”, como já afirmado pelo Papa Leão XIV. Para construí-la, é necessário rejeitar o “ódio” e a “vingança”, favorecendo, em vez disso, o “diálogo e a reconciliação”. Valores que pertencem ao coração da diplomacia e que a comunidade internacional é chamada a promover com gestos concretos. Nesse sentido, o Santo Sé renovou a proposta de um fundo global, alimentado em parte pelas despesas militares, para erradicar a pobreza e a fome, promover o desenvolvimento sustentável e enfrentar as mudanças climáticas.

Parar a proliferação nuclear

O silêncio das armas, sublinhou Gallagher, passa pela “construção da confiança”. Neste contexto, contrasta a corrida ao rearmamento, que gera “novas ameaças” e “exacerba os medos”. O valor vertiginoso dos gastos militares globais — 2,72 trilhões de dólares em 2024 — perpetua “ciclos de violência e divisão”, subtraindo recursos dos pobres e vulneráveis. O desarmamento não é um cálculo político, mas um “imperativo moral”. É preocupante, portanto, que vários Estados estejam retirando seus compromissos dos tratados internacionais. Um alarme que envolve, em primeiro lugar, as ogivas nucleares: os estoques devem ser reduzidos e a modernização dos arsenais interrompida. Os dados disponíveis indicam que existem mais de 12.000 ogivas no mundo, “com uma potência explosiva total de 1,5 gigatons, equivalente a mais de 100.000 bombas do tipo lançada sobre Hiroshima”. E, inspirando-se no 80º aniversário dos bombardeios que atingiram a cidade japonesa, juntamente com Nagasaki, em 1945, Gallagher afirma que não há dúvida de que “um mundo livre de armas nucleares é necessário e possível”.

Respeitar o direito internacional humanitário

Outro “pilar” da paz é o respeito ao direito internacional humanitário. Sua violação — com ataques a civis, hospitais, escolas e locais de culto — constitui um “grave crime de guerra”. A isso se soma o uso da fome como arma. O pessoal militar, lembrou Gallagher, é “totalmente responsável” por suas ações, que não podem ser justificadas pela obediência às ordens. Em contextos de guerra, atuam também numerosos operadores humanitários, cuja missão é marcada por imensos desafios: ameaças à segurança, escassez de recursos, acesso limitado ao socorro.

Promover a liberdade

A Santa Sé também fez referência à liberdade de pensamento, consciência e religião. Mais de 360 milhões de cristãos vivem hoje em áreas de “forte perseguição ou discriminação”, configurando o cristianismo como “o grupo religioso mais perseguido do mundo”. Nenhum Estado ou sociedade – advertiu -, deve obrigar a agir contra a própria consciência. Central neste contexto é o diálogo inter-religioso: não uma mera troca de ideias, mas “um caminho compartilhado rumo ao respeito mútuo, à justiça e à paz”. Um compromisso urgente em um mundo marcado por extremismos, polarizações e conflitos muitas vezes alimentados por incompreensões. A Santa Sé, lembrou Gallagher, está na linha de frente também comemorando os 60 anos da Declaração conciliar sobre as relações com as religiões não cristãs, Nostra Aetate.

Preservar a dignidade humana

Todos os esforços da comunidade internacional devem colocar ao centro “a dignidade da pessoa”. Garantir os bens essenciais significa também defender o direito à vida, “desde a concepção até ao seu fim natural”. A Santa Sé reiterou a ilegalidade do aborto e da eutanásia, práticas que promovem uma “cultura da morte”. Os recursos devem, ao contrário, ser destinados à proteção da vida, com assistência médica adequada e cuidados paliativos. Gallagher advertiu: “existe apenas um direito à vida”; não pode haver nenhum contrário, mesmo que falsamente apresentado como liberdade. Quando ela se desvincula da “verdade objetiva e universal”, acrescentou, até mesmo o direito à vida corre o risco de ser negociado. Entre as práticas que minam a dignidade humana, o arcebispo denunciou a maternidade de substituição, que reduz a mulher e a criança a “simples produtos”.

A soberania do direito

Há dez anos, falando do mesmo lugar onde se dirigiu o secretário vaticano, o Papa Francisco afirmou que o trabalho das Nações Unidas pode ser visto “como o desenvolvimento e a promoção da soberania do direito, sabendo que a justiça é um requisito indispensável para realizar o ideal da fraternidade universal”. Hoje, a Santa Sé reitera que “nenhum indivíduo ou grupo, independentemente de seu status, deve reivindicar a autoridade de violar a dignidade e os direitos dos outros ou de suas comunidades”.

Erradicar a fome e a pobreza

Para a Santa Sé, eliminar a fome e a pobreza é uma “obrigação moral”, pois elas privam as pessoas do potencial que Deus lhes concedeu. Uma tragédia que o Papa já definiu como “ainda mais triste e vergonhosa quando percebemos que a terra é capaz de produzir alimentos suficientes para todos os seres humanos”.A chave para resolver a crise reside “na partilha, em vez da acumulação gananciosa”. A produção de alimentos não é suficiente: ela deve andar de mãos dadas com a garantia da sustentabilidade dos sistemas alimentares, que forneçam “dietas saudáveis e acessíveis a todos”. Trata-se, portanto, de “repensar e renovar nossos sistemas alimentares, numa perspectiva de solidariedade”.

As disparidades globais e o cancelamento da dívida

Superar as disparidades globais — sejam elas econômicas, sociais ou ambientais — representa um desafio urgente adicional para a Santa Sé. Hoje persistem profundas desigualdades na distribuição da riqueza, no acesso à educação, à saúde, à segurança alimentar e a condições de vida adequadas, muitas vezes agravadas por “injustiças sistêmicas, conflitos e degradação ambiental”. É, portanto, indispensável enfrentar as suas causas estruturais: “sistemas comerciais injustos, práticas laborais exploradoras, acesso desigual aos recursos”. Os pesados encargos da dívida prendem nações inteiras na pobreza: por isso, seu cancelamento não é apenas um ato de generosidade, mas uma “questão de justiça”. Um valor que se torna ainda mais urgente com o reconhecimento de uma nova forma de dívida: a “ecológica”, que se manifesta principalmente entre o Norte e o Sul do mundo, ligada aos desequilíbrios comerciais, aos efeitos ambientais e ao uso desproporcional dos recursos naturais por parte de alguns países durante longos períodos de tempo.

O cuidado com a criação e a crise climática

Considerar seriamente a questão da “dívida ecológica” também é uma questão de “justiça ambiental”, não mais um conceito abstrato ou um objetivo distante. Gallagher observou que o contexto geopolítico atual é marcado por “uma crise do multilateralismo”, mas também por uma questão climática com implicações cada vez mais evidentes: ela afeta principalmente os mais vulneráveis — os pobres, as gerações futuras — “que também são os menos responsáveis”. É, portanto, necessário reforçar a cooperação internacional, promover a partilha de tecnologias e a ação climática, investindo numa “cultura do cuidado que ensine novas formas de viver”.

Os migrantes e refugiados

De acordo com a Santa Sé, os migrantes e refugiados são as “primeiras vítimas” das profundas desigualdades globais. A resposta a esses problemas não pode ser apenas política: deve basear-se em uma abordagem ética, humanitária e solidária, a ser garantida independentemente do status de quem deixou seu país, respeitando o “princípio de não rejeição” e prevenindo a violência e a exploração. Deve ser dada especial atenção à recomposição familiar, reconhecendo o papel fundamental desse núcleo “no desenvolvimento humano, na saúde psicológica e na estabilidade social”. Para reduzir os riscos associados à migração irregular, a Santa Sé convidou a ampliar os canais de migração seguros, combatendo assim a ação dos traficantes e reduzindo as viagens perigosas, muitas vezes letais.

O desafio da Inteligência Artificial

Além dos grandes desafios globais, como já foi destacado pelo Papa Leão XIV, a comunidade internacional se depara com “outra revolução industrial”: a da Inteligência Artificial (IA). Ela representa “uma conquista tecnológica extraordinária” que se forma graças à criatividade humana, produzindo, no entanto, resultados que podem superar suas capacidades, “gerando preocupações sobre seu impacto em nossa sociedade”. Essas preocupações baseiam-se no risco de que a IA alimente um “paradigma tecnocrático”, segundo o qual todos os problemas do mundo podem ser resolvidos apenas por meio da tecnologia. Uma abordagem que corre o risco de subordinar a dignidade e a fraternidade humanas à eficiência. A Santa Sé convidou, portanto, a desenvolver e adotar diretrizes éticas e quadros normativos claros para a IA.

Preservar os direitos dos trabalhadores

O uso cada vez mais difundido da IA, continuou o secretário do Vaticano, coloca em risco muitos empregos. Torna-se, portanto, necessário implementar sistemas econômicos que coloquem em primeiro plano a criação de novas funções, favorecendo o empreendedorismo. Salários justos e condições de trabalho sustentáveis, em particular para as mulheres, são fundamentais para fortalecer os núcleos familiares. A Santa Sé também manifestou seu desejo de um compromisso renovado no apoio aos jovens que desejam construir uma família, definida como “pacto matrimonial entre um homem e uma mulher”.

A crise na Ucrânia

Salientando a importância de um diálogo “claro e inequívoco” na busca por uma solução, o arcebispo passou então a revisar os vários conflitos e situações de particular dificuldade presentes no contexto geopolítico atual. Em primeiro lugar, a crise na Ucrânia: “uma das mais profundas e dolorosas”. Cidades outrora “vibrantes” reduzidas a escombros, crianças obrigadas a crescer entre “sirenes e abrigos” em vez de entre brincadeiras e sorrisos. “Esta guerra deve terminar agora, não num futuro indefinido”, é o apelo da Santa Sé, que renovou o apelo feito pelo Pontífice para um “cessar-fogo imediato”, premissa indispensável “para iniciar um diálogo sincero e corajoso”. Todos os países reunidos nas Nações Unidas são chamados a rejeitar a “passividade” e a apoiar concretamente todas as iniciativas que possam abrir caminho para uma paz justa e duradoura.

Oriente Médio

A Santa Sé também acompanha atentamente a situação no Oriente Médio, reiterando a necessidade de uma paz “justa e estável” entre israelenses e palestinos, baseada na solução de dois Estados, no respeito ao direito internacional e às resoluções da ONU. Leão XIV pediu veementemente o fim da violência, invocando a libertação de todos os reféns, um cessar-fogo permanente, o acesso seguro à ajuda humanitária e o pleno respeito pelo direito internacional, em particular na proteção dos civis, na proibição de “punições coletivas” e no uso indiscriminado da força. A questão de Jerusalém também é central: uma solução “justa”, baseada nas resoluções internacionais, é indispensável para a paz. Qualquer decisão unilateral que altere o status especial da cidade é “moral e juridicamente inaceitável”.

Síria e África

No que diz respeito à situação na Síria, o Santo Sé reiterou a necessidade de uma transição de governo “pacífica e justa”. Foram acolhidos com satisfação os sinais de progresso democrático que emergem em vários países africanos, onde cresce o compromisso com “eleições multipartidárias”, participação cívica e reformas institucionais. No entanto, permanecem sérios obstáculos: “autoritarismos, reformas constitucionais arbitrárias e corrupção endêmica”, que minam a confiança dos cidadãos nas instituições. Zonas como o Sahel, Cabo Delgado e algumas áreas do Chifre da África são hoje epicentros de instabilidade, onde a “ameaça jihadista”, a pobreza, o tráfico ilícito, a crise climática e os conflitos internos se entrelaçam numa “espiral que ameaça a vida de milhões de pessoas”. Diante desses desafios, a resiliência das comunidades africanas — “em particular dos jovens” — continua sendo um recurso precioso, a ser apoiado com investimentos direcionados.

República Democrática do Congo

O agravamento da situação no leste da República Democrática do Congo preocupa profundamente a Santa Sé. Por um lado, considera-se positiva a assinatura do Acordo de Paz Global entre o governo local e o grupo armado M23, bem como o acordo alcançado entre os ministros das Relações Exteriores do Congo e Ruanda para pôr fim a décadas de conflito no leste do país africano. No entanto, permanece elevada a preocupação com novas ondas de violência: em julho passado, lembrou Gallagher, as Forças Democráticas Aliadas (ADF) realizaram um ataque brutal contra uma igreja em Komanda, na região de Ituri, matando mais de 40 fiéis. A retirada da missão de estabilização das Nações Unidas (MONUSCO) também levanta dúvidas sobre a capacidade de garantir a segurança e enfrentar os desafios em curso na região.

Sudão e Sudão do Sul

Gallagher também mencionou o conflito no Sudão, renovando, também neste caso, o apelo a um cessar-fogo imediato e ao início de negociações autênticas. “O grito de dor do povo sudanês deve ser ouvido, não há mais espaço para a indiferença”. Atenção especial também aos desenvolvimentos no Sudão do Sul, onde a Santa Sé convidou as forças políticas a seguirem com sinceridade e responsabilidade o caminho do diálogo e da colaboração, dando plena implementação ao Acordo de Paz assinado em 2018.

Narcotráfico e Caribe

A alimentar ondas de “violência extrema” está também a chaga do narcotráfico, em particular na América Latina. A par dos esforços conjuntos dos Estados para combater o tráfico de drogas, a Santa Sé apelou à urgência de investir no “desenvolvimento humano”. O secretário do Vaticano voltou então sua atenção para as crescentes tensões no Caribe, em particular no Haiti, onde o Vaticano espera que possam ser criadas as condições sociais e institucionais necessárias para permitir que o país trilhe o caminho da paz e da segurança. Mas também foi lembrada a situação na Nicarágua, com o desejo de que a liberdade religiosa e outros direitos fundamentais das pessoas e da sociedade sejam plenamente garantidos.

Sudeste Asiático

A Santa Sé também observa com crescente preocupação as tensões que atravessam o Sudeste Asiático. Em Mianmar, especificamente, onde após quatro anos e meio de guerra interna “a população está devastada”. Neste contexto de conflito, aumentam os fenômenos criminosos como os chamados scam centers: estruturas nas quais as vítimas do tráfico de seres humanos são forçadas a enganar usuários online, transferindo dinheiro para redes criminosas. De acordo com pesquisas recentes citadas pelo arcebispo, seriam dezenas de milhares – se não centenas de milhares – as pessoas presas nesses centros, localizados principalmente nas zonas fronteiriças entre Mianmar, Tailândia, China, Camboja e Laos. Uma indústria “multimilionária” que produz “milhões de vítimas” em todo o mundo. Nessa perspectiva, o Vaticano incentivou os processos de diálogo e cooperação promovidos pela Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).

Balcãs e Cáucaso

A visão geral do contexto internacional foi concluída destacando a atenção da Santa Sé ao contexto balcânico, no qual os países “ligados à Europa por razões históricas, culturais e geográficas” aspiram a uma integração cada vez mais estreita com a União Europeia. É fundamental – sublinhou o Vaticano – que as diferenças étnicas, culturais e religiosas não se tornem motivo de divisão, mas, pelo contrário, um elemento de “enriquecimento” para o continente. No Cáucaso, a Santa Sé acolheu com satisfação os acordos de paz assinados em agosto passado entre a Armênia e o Azerbaijão, convidando ambas as partes a prosseguirem no caminho da reconciliação.

Reforçar um multilateralismo eficaz

No final do seu discurso, Gallagher reiterou o valor duradouro das Nações Unidas e o bem realizado em oitenta anos de história, sem esconder “as limitações e dificuldades” que hoje põem em causa a sua “credibilidade”. Estas fragilidades, porém, não devem obscurecer os sucessos alcançados, mas sim estimular um compromisso renovado com a sua reforma e revitalização, adaptando-a às necessidades do presente. “É importante”, afirmou o arcebispo, “resistir à tentação de substituir esses programas fundamentais por novas ideias” que correm o risco de distorcer a missão da ONU e seus quatro pilares: a promoção dos direitos humanos, a proteção da paz e da segurança internacional, o desenvolvimento sustentável e o Estado de Direito. Este último constitui a condição indispensável para qualquer ordem internacional justa. O aniversário das Nações Unidas – concluiu Gallagher – é uma oportunidade para reforçar seu papel de “farol de esperança” e força positiva a serviço das necessidades mais urgentes da humanidade.

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