Dom Moacir comentou o trabalho da Comissão de Redação do novo estatuto; Dom Waldemar Passini apresentou aos jornalistas questões sobre o Ministério do Catequista
Huanna Cruz
Enviada a Aparecida (SP)
A instituição do Ministério de Catequista e o Estatuto da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) foram os temas da coletiva de imprensa desta quarta-feira, 31. Esse é o quarto dia de trabalhos da 59ª Assembleia Geral da entidade.
Estiveram presentes o bispo de Luziânia (GO) e membro da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB, Dom Waldemar Passini, que falou sobre a instituição do Ministério de Catequista. Já o arcebispo de Ribeirão Preto (SP), Dom Moacir Silva, abordou o Estatuto da CNBB.
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A respeito da instituição do catequista, Dom Waldemar Passini afirmou que, nessa Assembleia, os bispos estão falando sobre a carta apostólica em forma de Motu Proprio “Ministeria Quaedam“, de Paulo VI. No documento, o então Pontífice pediu que se orientasse todos aqueles que vão receber o ministério de catequista.
“O catequista é muito importante na nossa sociedade e eles têm vários papéis no mundo. O documento vai falar do papel do catequista na África e no mundo. Neste momento pretendemos definir o ser e fazer de cada catequista até serem instituídos ministro”, ressalta Dom Waldemar Passini.
Segundo o bispo, os catequistas precisam viver um itinerário de cinco anos que deve ser um tempo de formação para se tornar um catequista, um tempo com formação específica. Ele afirma que o ministério vai qualificar o trabalho dos fiéis leigos. “Com isso, vamos ter uma qualificação das comunidades pela formação dos catequistas”.
Para o início do discernimento, afirmou o bispo, é preciso ser verificado pela igreja alguém que serve com alegria, na relação interpessoal, que seja um grande cooperador na vida da pessoa e na comunidade.
Por fim, na assembleia, os bispos terão algumas linhas. Vão ter a definição do conteúdo e precisam identificar o reconhecimento da comunidade para o trabalho daquele catequista. O catequista é um grande colaborador para a edificação da comunidade.
Atualização do Estatuto
Dom Moacir lembrou que o estatuto canônico da CNBB é de 2002, ou seja, tem 20 anos. Em 2018, houve uma reforma do documento, mas como ele é um texto legislativo, precisa ser aprovado pela Conferência dos Bispos e ter o reconhecimento da Santa Sé.
Segundo o bispo, a mais sensível mudança aprovada nesse texto em 2018 foi a alteração dos membros da presidência: até então, tinha presidente, vice-presidente e secretário-geral. O texto de 2018 aprovou: presidente, primeiro vice-presidente e secretário-geral. A Santa Sé reconheceu esse artigo da constituição da presidência e, por isso, na Assembleia eletiva de 2019, se procedeu com a eleição para esses cargos. Com relação a outros pontos do texto de 2018, a Santa Sé fez algumas observações.
“A atual presidência, ao assumir a condução da CNBB, também estava assumindo, de certa forma, a revisão do estatuto, a atenção àquelas observações que foram feitas pela Santa Sé e então começou um grande trabalho”, afirmou Dom Moacir.
A pandemia atravancou um pouco esse trabalho, mas não tudo. Segundo Dom Moacir, grande consulta aconteceu justamente nesse tempo, com encontros remotos pelas grandes regiões. Foi constituída uma comissão formada por bispos, teólogos, pastoralistas, “houve uma contribuição grande de muitas pessoas”.
Ao final dessa contribuição, foi constituída a Comissão da Redação do Estatuto, em 2021. Esta comissão se debruçou sobre o texto que está em vigor e as contribuições que vieram, entre elas a marca sinodal e missionária. Acolhendo tudo isso, foi feito um primeiro texto, apresentado na primeira etapa da 59ª Assembleia Geral, realizada de forma remota em abril passado, e surgiram novas contribuições.
Em maio e junho, a comissão se debruçou novamente sobre o texto e concluiu a redação em julho, para nova apreciação dos bispos nesta etapa presencial da Assembleia. Desde segunda-feira, durante os trabalhos, os bispos analisaram o texto e enviaram mais contribuições. A comissão incorporou tudo o que foi possível e hoje pela manhã os bispos tinham o texto reformulado para votação e ocorreu a votação.
“Uma vez o texto aprovado pelos bispos do Brasil, ele segue para a Santa Sé e a Santa Sé, dando seu reconhecimento, a presidência promulga o novo Estatuto da Conferência e diz a data em que ele entra em vigor”, afirmou Dom Moacir. “O estatuto canônico é como se fosse a certidão de nascimento da instituição, aquilo que diz o que ela é e o que ela faz”, acrescentou.
Regimento interno
Uma forma de tornar prático o estatuto é o regimento interno que organiza toda a vida da conferência episcopal. O próprio estatuto diz que, uma vez aprovado e promulgado, a Conferência tem um ano para elaborar o regimento interno que fará a aplicação do estatuto em todas as atividades da conferência.
“A comissão de redação cumpriu a tarefa que lhe foi incumbida e o texto está votado, ainda não vimos o resultado da votação, mas já foi votado na parte da manhã”, finalizou.