Por ocasião do Perdão de Assis, nesta sexta-feira, 2, franciscano vai presidir a Santa Missa das 12h no Santuário do Pai das Misericórdias; celebração será transmitida pela TV Canção Nova
Julia Beck
Da redação
O reitor do Santuário de Frei Galvão – localizado em Guaratinguetá (SP), frei Diego Atalino de Melo (OFM), vai presidir a Santa Missa por ocasião do Perdão de Assis no Santuário do Pai das Misericórdias – em Cachoeira Paulista (SP). A celebração acontece às 12h e será transmitida pela TV Canção Nova.
Neste dia, primordialmente dedicado a Nossa Senhora dos Anjos da Porciúncula, é possível conseguir a indulgência plenária dos pecados, conforme desejo de São Francisco de Assis (das 12h do dia 1º de agosto até às 24h do dia 2 de agosto). O sacerdote explica que a Festa do Perdão de Assis é uma festa genuinamente franciscana, porque ela começa com São Francisco de Assis.
“São Francisco, estando na Porciúncula, que é uma pequena igrejinha, lá em Assis, dedicada a Nossa Senhora dos Anjos, sente no coração o desejo de tornar aquele lugar, aquela igreja, um local da experiência da misericórdia de Deus. Por isso, ele recorre até ao Papa e pede uma indulgência plenária para todos os que, no dia 2 de agosto, passassem ou pisassem naquela pequena igreja da Porciúncula”.
Frei Diego afirma que o Papa da época, Honório III, concedeu essa bênção a São Francisco de tal modo que, na Igreja de Nossa Senhora dos Anjos, o dia 2 de agosto é o dia de Indulgência Plenária. Depois, ele revela que a Igreja estendeu essa devoção a todas as demais Igrejas Franciscanas ou Santuários.
Sendo assim, em muitos locais do mundo, é possível lucrar a Indulgência Plenária hoje, conforme o cumprimento dos seguintes requisitos: confessar, receber a Eucaristia e rezar na intenção do Papa. De acordo com a Igreja, é melhor que o fiel faça isso no mesmo dia que é concedido a indulgência, porém, pode ser feito antes ou depois, num prazo de uma semana.
Franciscanos e a Canção Nova
Há aproximadamente quatro anos, o até então vice-reitor do Santuário do Pai das Misericórdias, padre Wagner Ferreira (hoje presidente da Comunidade Canção Nova e da Fundação João Paulo II), convidou os franciscanos para presidirem a Missa do Perdão de Assis.
“Para nós, foi uma grande alegria, porque, em primeiro lugar, nós estamos no ‘Vale da fé’. Nós somos vizinhos e temos esse grande dom de dividirmos o mesmo espaço, com uma grande proximidade, não só geográfica, mas também de desejo de proporcionar às pessoas uma profunda experiência de fé”, recorda.
O reitor do Santuário de Frei Galvão ressalta que celebrar o Dia do Perdão de Assis, em um santuário dedicado à misericórdia do Pai, é a confirmação do quanto a misericórdia e o perdão são importantes e necessários para a nossa vida e crescimento espiritual.
Sendo assim, frei Diego demonstra sua gratidão por esses anos em que os franciscanos celebram esta data no santuário localizado nas dependências da Comunidade Canção Nova. Ele frisa que o fato d a Santa Missa ser televisionada, possibilita o alcance do maior número de corações. “Nós nos sentimos abençoados por poder presidir essa celebração”, reafirma.
Perdão e misericórdia
“Misericórdia e perdão são sinônimos do coração de Deus”, reflete frei Diego. Ele destaca que Jesus Cristo deu vários exemplos, nos Evangelhos, do quanto o rosto de Deus é misericordioso. “As suas atitudes, seus gestos em relação aos pecadores, aos fragilizados, aos excluídos, sempre revelaram um perdão irrestrito e uma misericórdia infinita. Por isso é que a Igreja procura sempre trabalhar esses grandes dons da nossa fé, esses grandes dons deixados por Jesus, para que todas as pessoas possam encontrar na misericórdia, no perdão, o calor do abraço bem conciliador de Deus”.
A história do perdão de Assis
A história conta que, em uma noite do ano de 1216, São Francisco estava imerso em oração na Porciúncula (a pequena igreja dos franciscanos abrigada pela Basílica de Santa Maria dos Anjos em Assis) quando, de repente, uma luz brilhante inundou a igrejinha e, acima do altar, o frade viu Cristo e sua Mãe cercados por uma multidão de anjos.
Jesus e Maria perguntaram ao santo o que ele queria para a salvação das almas, e Francisco pediu que todos os arrependidos e confessados que viessem visitar aquela igreja pudessem obter o perdão amplo e generoso, com completa remissão de todos os pecados.
O Senhor aceitou seu pedido, mas como condição indicou que o Papa daquele tempo deveria conceder essa indulgência. Foi quando São Francisco se apresentou ao Papa Honório III. O Pontífice concordou com o pedido e concedeu a todos que fossem àquela referida igreja, devidamente confessados e arrependidos, a absolvição da punição e culpa. O Santo Padre explicitou que a indulgência seria concedida todos os anos, mas apenas por um dia, desde as primeiras vésperas, incluindo a noite, até as vésperas do dia seguinte.
Foi assim que, em 2 de agosto de 1216, juntamente com os bispos da Úmbria, Francisco anunciou ao povo reunido na Porciúncula seu desejo de “enviar todos ao Paraíso”.