Membro da Comissão para o Laicato da CNBB está na sede da comunidade Canção Nova para a abertura do Acampamento Novas Comunidades
Julia Beck
Da redação
“A Igreja é sempre uma experiência de comunhão. Não há Igreja sem comunidade, essa grande redescoberta do Concílio Vaticano II é vivida pelas novas comunidades”. A afirmação é de Dom Roberto Francisco Ferrería Paz, membro da Comissão Episcopal para o Laicato da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O bispo, que pertence à Diocese de Campos (RJ), está em Cachoeira Paulista (SP) nesta sexta-feira, 8, para a abertura do Acampamento Novas Comunidades que será realizado neste final de semana na sede da Comunidade Canção Nova.
Responsável por acompanhar a Renovação Carismática Católica (RCC) e as Novas Comunidades, Dom Roberto desempenha no Regional Leste 1 da CNBB o serviço de acompanhamento das expressões eclesiais e novas comunidades, além de contribuir para o serviço de articulação da Igreja no Brasil, tendo como referência o Charis – Serviço Internacional para a Renovação Carismática Católica (RCC).
Segundo o bispo, o Acampamento Novas Comunidades será uma oportunidade de divulgar o Charis, que teve sua primeira Conferência Internacional em junho deste ano, no Vaticano.
Dom Roberto explica que o Charis está em processo de organização e que, em janeiro de 2020, prosseguirá em seu processo de divulgação a partir do Congresso Internacional dos 50 anos da Obra de Maria. “Neste evento, o Charis será apresentado junto às autoridades do Vaticano”.
Dom Roberto afirma que o Charis é um serviço não de governo, mas de articulação e animação das novas comunidades. “Caímos no risco de entrar em uma dinâmica de fragmentação e particularismo, por isso o Espírito Santo é um Espírito de unidade, de comunhão, que suscita a necessidade de nos articularmos”, sublinhou o bispo.
As novas comunidades reúnem vários carismas em uma obra de edificação e missão da Igreja, de acordo com Dom Roberto. “A grande graça do Espírito Santo é a afinação do carisma. Como diria São Paulo VI, os dois pulmões da Igreja são o da comunhão e o da missão”, completou. Para o bispo, o Acampamento deste final de semana tem como propósito colocar todas as novas comunidades nesta mesma missão que, apesar de diferenciada e específica a partir dos carismas e experiências de fé, buscam o mesmo objetivo: a evangelização.
As novas comunidades
As novas comunidades pertencem ao laicato da Igreja Católica. Dom Roberto as define como famílias carismáticas que destacam um laicato muito mobilizado, presente e que dá uma resposta aos finais dos tempos. Para o bispo, diante de um processo de massificação e perda da identidade, do pertencimento e da segurança dos vínculos familiares, a sociedade tem buscado voltar à comunidade.
Dom Roberto acrescenta: “As novas comunidades falam de comunidades ambientais, de carismas e serviços diferentes que traduzem a realidade de uma sociedade plural. Acredito que a pessoa que vive uma fragmentação na cidade precisa viver a fé em uma pequena comunidade”, argumentou. O grande desafio das novas comunidades, para o bispo, é construir uma identidade a partir da fé e de um carisma, e também a missão de evangelizar.
“Muitas comunidades já se expandiram por todo o mundo e mostram que a necessidade é igual. Apesar da civilização tecnológica e da razão tecnocrática buscarem abafar a dimensão espiritual do ser humano, o Espírito Santo sopra onde quer, então homens e mulheres continuam buscando a espiritualidade e também o amor, os vínculos mais sólidos. (…) Não existe evangelização sem irradiar amor. Só o amor constrói, por isso precisamos buscar junto às novas comunidades, em cada cidade, a civilização do amor”, exortou.