SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO DE MARIA

Maria é profecia de um mundo novo, afirma Custódio da Terra Santa

No dia em que se celebra a Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria ao céu, frei Francesco Patton celebrou a Missa no Monte das Oliveiras, em Jerusalém

Da Redação, com Vatican News

Assunção da Virgem Maria / Foto: Arquivo Canção Nova

Nesta quinta-feira, 15, a Igreja celebra a Assunção da Virgem Maria ao céu. O frei Francesco Patton celebrou a Santa Missa no Monte das Oliveiras, em Jerusalém. Na homilia convidou os fiéis a pedir o dom da paz, recitando uma súplica especial à Assunção. O sacerdote afirmou que a profecia de Maria diz respeito também à história atual. “Pedimos que se cumpra o desejo de Deus para o seu povo e para toda a humanidade”.

Frei Francesco enfatizou que Maria assunta ao céu é como uma profecia do mundo novo. Ele frisou que Deus deseja um mundo em que os humildes possam viver em paz e os reféns e prisioneiros possam voltar às suas famílias, um mundo que ninguém tenha que sofrer injustiça e fome. “Que a terra, ao invés de ser um objeto de discórdia e de guerra, seja acolhida como um dom a ser cuidado”.

O frade declarou ainda que não se pode ignorar as dramáticas circunstâncias em que está mergulhada a sua terra há dez meses e que a  súplica dirigida a Maria é pela paz e por uma humanidade finalmente reconciliada. O custódio da Terra Santa recordou o trecho do Apocalipse: a visão no céu da Mulher que está prestes a dar à luz ao seu filho no deserto, que é contrastada por um dragão, dotado de uma violenta força destrutiva e terrível, pronto para devorar o recém-nascido.

De acordo com o sacerdote, as interpretações são muitas. “A mulher é uma imagem da Igreja, mas também da Virgem Maria. Na figura do dragão se pode ver o mal em todas as suas personificações e com todos os nomes com os quais foi chamado”, afirmou. Ele acrescenta que a luta descrita por João entre a Mulher e o dragão nada mais é do que a descrição da tentativa contínua – embora frustrada – que o Maligno faz para sabotar o nascimento daquele novo mundo desejado por Deus, o nascimento de uma humanidade não mais escrava da violência, da guerra, do mercado, da colonização cultural, da mercantilização das pessoas.

Segundo o custódio da Terra Santa, em Maria assunta de corpo e alma ao céu, é possível também ler o destino último da humanidade – que não é a opressão pelos conflitos, mas a elevação para Deus e para a nova Jerusalém onde há espaço para todos. Patton afirmou que neste sentido, Maria é profecia e assim o foi nos vários momentos da sua vida. Ela viveu apenas a vontade do Pai, desde o momento em que se entregou a Deus.

Que a terra não seja mais objeto de discórdia e guerra

Ao cantar o Magnificat, Maria foi profecia também para a história, quando pediu que os corações dos soberbos fossem desconcertados, que os poderosos fossem derrubados de seus tronos e por fim os humildes fossem exaltados, assim como na profecia feita por Jesus nas bem-aventuranças, recordou o frei.

Pedir o dom da paz, prosseguiu, é pedir que se cumpra aquela profecia, ou seja, que não tenham mais poder aqueles que querem impor aos outros com violência a sua política, a sua economia, a sua cultura, a sua religião. Que as crianças possam viver em paz e os reféns e prisioneiros voltem às suas famílias, desejou o celebrante.

Frei Francesco também pediu o fim da economia que reduz os outros à escravidão e que aqueles que trabalham pela paz não sejam mais considerados ingênuos e iludidos.

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