DEVOÇÃO POPULAR

Corda do Círio de Nazaré será produzida no Pará pela primeira vez

Introduzido em 1855, um dos maiores ícones da festividade será produzido inteiramente no município de Castanhal, desde a plantação das sementes até a fabricação dos fios

Da Redação, com Círio 2023

Corda do Círio de Nazaré / Foto: Soraya Montanheiro

A organização do Círio de Nazaré anunciou que, pela primeira vez, a corda utilizada nas procissões será produzida inteiramente no Pará. Um dos símbolos mais importantes da celebração, o elo que conecta os fiéis à imagem de Nossa Senhora de Nazaré era fabricado em Santa Catarina, custeado pela doação de um devoto anônimo.

Desde as sementes da planta até a fabricação dos fios, toda a corda será confeccionada na cidade Castanhal, situada na região noroeste do Pará. Ao todo, serão 800 metros de comprimento e 50 milímetros de diâmetro, com partes de 400 metros para cada romaria e já adaptadas às estações de metal que auxiliam nos traslados da berlinda.

A empresa responsável pela produção e que fará a doação da corda produziu um protótipo de 50 metros, que passará por testes de carga realizados pela Diretoria da festa de Nazaré. “Estamos aguardando ainda para esta semana a entrega da amostra para a realização dos testes de carga, mas aparentemente o resultado será positivo, e após isso, deveremos fechar contrato”, avalia Antônio Salame, coordenador do Círio 2023.

A corda é feita de sisal, uma fibra vegetal muito dura e resistente. Na verdade, trata-se de uma opção resistente e agradável ao tato. A composição se baseia em fibras de malva e de juta, todas plantadas e cultivadas na região Amazônica. “Estamos muito felizes, pois a corda do Círio representa um desejo de nossa população em caminhar atrelado a Nossa Senhora e a seu filho Jesus, e cada pessoa que participar deste processo de produção da corda, desde a semente, plantação, colheita e fabricação, se sentirá um promesseiro da corda, além disso, nesta nova proposta, vamos valorizar a produção local”, destaca Antônio Salame.

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Histórico

A corda passou a fazer parte do Círio em 1885, quando uma enchente da Baía do Guajará alagou a orla desde próximo ao Ver-o-Peso até as Mercês, no momento da procissão, fazendo com que a berlinda com a imagem ficasse atolada e os cavalos não conseguissem puxá-la. Os animais então foram desatrelados e um comerciante local emprestou uma corda para que os fiéis puxassem a berlinda. Desde então, foi incorporada às festividades e passou a ser o elo entre Nossa Senhora de Nazaré e os fiéis.

 

 

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