Documentário que celebra o cinquentenário da Comissão foi divulgado ao público
Da redação, com Vatican News
Após ser lançado e apresentado em Roma, em 2019, o documentário intitulado “A Comissão Teológica Internacional (CTI) em seus 50 anos de vida: história, jornada, perspectivas” foi colocado nesta terça-feira, 26, à disposição do público, para divulgar a instituição, que é fruto do Concílio Vaticano II.
Ilustrado por ricos documentos de arquivo (fotografias, vídeos, extratos de discursos papais etc.) e acompanhado por um texto claro e sóbrio, o documentário, com cerca de dez minutos de duração, compreende três partes principais, de acordo com o secretário geral emérito, Serge-Thomas Bonino.
A primeira é de natureza mais histórica e apresenta primeiro as razões que levaram São Paulo VI a estabelecer a Comissão Teológica em 1969. “Como observou São João Paulo II, o principal objetivo era ‘continuar de forma permanente a estreita colaboração entre pastores e teólogos que tinha caracterizado o trabalho do Concílio Vaticano II, convocando teólogos de várias partes do mundo'” (São João Paulo II, Discurso à CTI, 1994), apontou o secretário geral emérito .
Bonino explica que o documentário retrata algumas das etapas que marcaram a história dos nove mandatos quinquenais sucessivos até hoje, sob a presidência dos Prefeitos da Congregação para a Doutrina da Fé, e também lembra alguns protagonistas de destaque, assim como a chegada das primeiras teólogas em 2004.
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A segunda parte diz respeito aos métodos e sobretudo ao espírito que rege o trabalho da Comisão, sublinha o secretário geral emérito. De fato, “através de sua existência e do curso de seu trabalho, a Comissão oferece um testemunho de grande valor sobre o que deve ser o exercício da teologia na Igreja” (São João Paulo II, Discurso à CTI, 1994).
Foram escolhidas três palavras-chave: “pluralismo”, “colegialidade” e “eclesialidade”. O pluralismo resulta da natureza internacional da Comissão, esclarece Bonino:
“Uma característica da vossa Comissão é seu caráter internacional, que reflete a catolicidade da Igreja. A diversidade de pontos de vista deve enriquecer a catolicidade sem prejudicar a unidade. A unidade dos teólogos católicos nasce da sua referência comum a uma fé em Cristo e alimenta-se da diversidade dos dons do Espírito Santo. A partir deste fundamento e em um pluralismo sadio, várias abordagens teológicas, desenvolvidas em diferentes contextos culturais e com diferentes métodos utilizados, não se podem ignorar reciprocamente. O trabalho da vossa Comissão pode ser um testemunho deste crescimento” (Papa Francisco, Discurso à Comissão Teológica em 2014). Da mesma forma, a colegialidade atesta que “como em qualquer outra vocação cristã, o ministério do teólogo, além de ser pessoal, é também comunal e colegial”. Ou seja, ela é exercida na e para toda a Igreja, e é vivida em solidariedade com aqueles que tiveram o mesmo chamado” (CTI, Document Theology Today, no. 45).
Finalmente, a eclesialidade significa que a pesquisa teológica depende por natureza da fé da Igreja e está a serviço de sua missão, aponta Bonino. A terceira e última parte do documentário apresenta alguns dos 29 documentos publicados pela Comissão (um trigésimo, Reciprocidade entre Fé e Sacramentos na Economia Sacramental [2020], foi acrescentado desde então).
O documentário mostra como estes documentos estão intimamente ligados à própria vida da Igreja. Assim, por exemplo, Memória e Reconciliação: A Igreja e as Culpas do Passado (2000) acompanharam o Grande Jubileu do ano 2000. Documentos recentes sobre o Sensus fidei na Vida da Igreja (2014) e o Synodality in the Life and Mission of the Church (2018) iluminam a jornada sinodal da Igreja atual. Outros abordam questões emergentes no relacionamento entre a Igreja e as culturas contemporâneas, lembra o secretário geral emérito, tais como a questão da violência religiosa (Deus Trindade, Unidade dos Homens. Monoteísmo cristão contra a violência, 2014) ou os desafios atuais da liberdade religiosa (Liberdade religiosa para o bem de todos, 2019).