Memória da canonização de Irmã Dulce ainda é viva no coração dos devotos; veja relato de jornalista que acompanhou este momento e como devoção cresceu após ela se tornar santa
Kelen Galvan
Da redação
Há cinco anos, era canonizada Irmã Dulce, a religiosa chamada de “Anjo Bom da Bahia”, em reconhecimento às suas obras de caridade e assistência aos mais pobres. A cerimônia de canonização foi presidida pelo Papa Francisco, no Vaticano, no dia 13 de outubro de 2019. Sua memória litúrgica é celebrada em 13 de agosto.
Um grupo de fiéis acompanhou essa cerimônia ao vivo, reunidos no Santuário Santa Dulce dos Pobres, em Salvador (BA), entre os quais a miraculada Cláudia Araújo. Dias depois, foi feita uma Missa de ação de graças pela canonização na Arena Fonte Nova, estádio localizado na capital baiana.
“O estádio estava lotado, foi uma cerimônia linda, muito marcante e alegre. Participar desse momento foi um grande presente de Deus”, lembra a jornalista Catarina Jatobá, natural da Bahia e designada pela Canção Nova para fazer a cobertura deste momento histórico.
Ela afirma que essa cobertura foi uma das mais especiais em sua trajetória no jornalismo, deixando experiências em sua vida pessoal. “Todo mundo da Bahia nasce ouvindo falar da Irmã Dulce, principalmente na minha época, em que ela era viva. Ouvíamos falar daquela freira, de sua bondade, uma religiosa tão simples, que marcou a história da Bahia. Então, estar nesses momentos foi muito significativo. Mergulhei na história dela e conheci muitos detalhes de como ela conseguia olhar para os pobres e ver Jesus”, lembra Catarina.
Anjo Bom da Bahia
Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes nasceu em Salvador em 26 de maio de 1914; entrou para o convento, em 1933, e após fazer seus votos perpétuos, aos 19 anos, escolheu o nome de Irmã Dulce em homenagem à sua mãe. Após uma vida inteira dedicada aos mais pobres, faleceu em Salvador, em 13 de março de 1992, aos 77 anos.
Reportagem traz história de Irmã Dulce narrada pela religiosa
“Na Bahia, a bondade e a doçura de Irmã Dulce se espalharam. E o povo baiano sempre teve um carinho muito grande por ela, por tudo o que ela representou para toda aquela região. Até hoje, continua sendo muito amada. Cada pessoa que se aproximava dela era acolhida. Ela não discriminava as pessoas. Isso gerou em todo mundo o sentimento de pertença. É o nosso Anjo Bom da Bahia”, lembra a jornalista.
Ela conta que ainda hoje a santa continua sendo chamada carinhosamente como Irmã Dulce. “Acho que para o povo baiana, ela sempre será a Irmã Dulce, como se fosse falar de alguém nosso, a nossa Irmã Dulce. É o Anjo Bom da Bahia, que se tornou Anjo Bom do Brasil. Hoje, a Bahia também é olhada por uma mulher que foi santa, que alcançou o reconhecimento de santidade porque amou e viu Jesus nos pobres”, enfatiza Catarina.
Santuário Santa Dulce dos Pobres
Em 2011, a Igreja de Santa Dulce foi elevada a Santuário e, após a canonização, a devoção à religiosa cresceu muito. “Antes da Canonização, a igreja recebia cerca de 56 mil visitantes por ano. Atualmente, já são 600 mil visitas anuais”, ressalta o reitor do Santuário Santa Dulce dos Pobres, Frei Ícaro Rocha. Ele destaca também que a devoção espalhou-se pelo país, e, atualmente, há 83 locais dedicados a ela entre paróquias, igrejas e capelas.
Um dos grandes legados deixados pela santa foram as Obras Sociais Irmã Dulce, que hoje abrigam um dos maiores complexos de saúde do Brasil com atendimento totalmente gratuito, dentro dos valores e propósitos de Santa Dulce dos Pobres. “Cerca de três milhões de pessoas são acolhidas, por ano, nas Obras Sociais Irmã Dulce”, afirma o gestor do Complexo Santuário Santa Dulce dos Pobres, Márcio Didier. Ele lembra que a manutenção desses serviços oferecidos à população é feito por meio de doações de pessoas que compreendem a importância desta Obra.
Reveja a reportagem