De férias, Parolin aborda uma série de questões atuais: das relações com a China, à recuperação do Papa da cirurgia
Da redação, com Vatican News
O Cardeal Pietro Parolin durante a COP24, na Polônia / Foto: Vatican News
O período de Ferragosto — a conhecida temporada de férias de verão na Itália — vê os líderes da Igreja com agendas menos agitadas, mas o trabalho deles não para completamente. Mesmo fora de seu gabinete e dos holofotes, o principal colaborador do Papa falou sobre temas de importância internacional.
Entrevistado esta semana pela revista eletrônica La Voce del Nordest, sediada em Trentino, onde o Secretário de Estado do Vaticano passou alguns dias de descanso em meio ao cenário do Conca di Primiero no norte da Itália.
China: um diálogo em evolução
Entre as questões mais importantes abordadas pelo cardeal está a relação com a China.
“Estamos sempre em diálogo”, disse o religioso, recordando o histórico acordo assinado com Pequim em 2018, e renovado por mais dois anos em 2020. A pandemia, observou o cardeal Parolin, “também afetou esta esfera”, tornando as discussões mais difíceis.
“No entanto”, continuou ele, “esperamos poder retomar as reuniões o mais rápido possível e lidar com as muitas outras questões que estão sobre a mesa e que dizem respeito à vida da Igreja Católica na China”.
O Secretário de Estado expressou não só proximidade na oração com os católicos do país asiático, mas também admiração: “Estamos orgulhosos do testemunho de fé que eles dão. Esperamos que sejam sempre bons cidadãos e bons católicos ”e que“ expressem também esta dupla dimensão na sua vida concreta”.
A mensagem do Papa abre horizontes para o mundo
Após o Acordo com a China, o Cardeal Parolin disse em uma entrevista separada, em resposta às críticas à abertura do Papa ao Oriente: “O Ocidente terá que se desculpar com Francisco”.
Questionado sobre essa afirmação, o Secretário de Estado observou: “A proclamação evangélica que o Papa Francisco continua a fazer ressoar em suas palavras”, talvez nem sempre torne “até mesmo sua proposta, sua mensagem, fáceis de aceitar”.
E, no entanto, repetiu o Cardeal Parolin, “o Papa está realmente apontando um caminho — o fez especialmente com [a encíclica] Fratelli tutti — que, depois da pandemia, pode realmente nos ajudar a sair das areias em que a nossa sociedade se encontra e nos colocar no caminho para a construção de um novo mundo, um mundo melhor”.
Saúde do Papa Francisco
Outra questão dizia respeito à saúde do Papa Francisco após a cirurgia que ele fez no Hospital Gemelli em 4 de julho.
“Ele está se recuperando lentamente”, disse o cardeal Parolin. “Demora até para ele”. No entanto, acrescentou: “Parece-me que está se recuperando bem. Ele é muito forte”. É o que se percebe no retorno do Papa aos seus compromissos, não só na Audiência Geral semanal, mas também na viagem prevista para setembro, com escalas na Hungria e na Eslováquia.
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