O arcipreste emérito da Basílica Vaticana, cardeal Angelo Comastri, preside um encontro, com procissão lumionsa e oração do terço, na Praça São Pedro
Da Redação, com Vatican News
O cardeal Angelo Comastri, arcipreste emérito da Basílica de São Pedro, preside, na noite deste sábado, 28, a mais um momento de oração na Praça São Pedro, com procissão e reza do terço. Este é o último dos quatro eventos litúrgicos noturnos organizados pela Basílica Vaticana, em concomitância com os trabalhos do Sínodo.
“Aceitei com prazer o convite”, disse o Cardeal à rede televisiva “Telepace”, ao se dirigir aos que desejam participar do encontro ou que estiverem em comunhão espiritual, através dos meios de comunicação e da transmissão ao vivo pela TV e streaming.
A respeito do evento religioso, o Cardeal reitera a necessidade de perseverar na oração: “Nossa Senhora sempre atende as nossas orações. Por isso, não devemos desanimar. A oração é um espaço no qual Deus intervém. A oração não é uma coisa secundária, mas indispensável: sem ela não podemos viver. Nós ainda não entendemos que o Senhor precisa da nossa colaboração”. De fato, acrescenta: “Deus bate à nossa porta: se alguém a abrir, ele poderá entrar. Ele, porém, não a arrombará”. Eis a importância da oração e da unidade dos cristãos, diante das dinâmicas que atacam a Igreja e a sociedade.
Drama da guerra
O drama da guerra nos desorienta. Até parece que as pessoas estejam gritando: “Socorro, o amor está desaparecendo no mundo!” É o que acontece com o conteúdo do último livro que o Cardeal Angelo Comastri publicou, recentemente. A ideia de fundo do livro partiu de uma provocação: uma das capas da revista alemã Der Spiegel apresentada um jovem que se beijava diante do espelho, representando a sociedade do futuro, concentrada no seu ego e egoísmo.
Aqui, o Cardeal Comastri recordou as palavras de Madre Teresa: “Desafio qualquer um: jamais poderá existir uma pessoa feliz e, ao mesmo tempo, egoísta”. Então, o autor do livro se pergunta: “Queremos uma sociedade como esta?” E responde: “Temos que fazer alguma coisa; não podemos nos resignar”, mas explica também que sua obra se concentra em algumas histórias como a de Santa Maria Goretti: “Devemos recomeçar da família. Esta é a única saída”. Mas, acrescentou: “A família também deve recomeçar do amor”. A propósito, o Cardeal citou novamente Madre Teresa: “Ela sempre dizia: uma família que reza não enfraquece, não se divide; a família que reza vive na presença de Deus, o único que nos pode ensinar a amar”.
“A mesma coisa vale para a grande família da Igreja, reunida em oração, em muitos contextos particulares, seguindo as exortações do Papa”, diz o Cardeal Comastri, que aproveita para se dirigir, de modo especial, aos novos núcleos familiares: “Nunca me canso de recordar que o casamento é uma missão; os membros da família devem se comprometer em rezar juntos, todos os dias, pois a oração reúne e nos liberta das tantas incrustações do egoísmo, sempre presente”.
Eis aqui, mais uma vez, a importância da oração na vida de cada dia: ela nos ajuda a superar a tentação da vingança, como solução das ofensas recebidas. E o Cardeal Angelo Comastri conclui: “A vingança é como a guerra: não resolve os problemas, mas acrescenta uma ofensa à outra”. Se enviarmos armas, segundo o Papa Francisco, a guerra continua e nunca acaba”.