Decreto promulgado

Brasileiro Dom Antonio de Almeida é declarado Venerável

Papa reconheceu as virtudes heroicas de cinco Servos de Deus; Martírios também foram reconhecidos e Igreja ganhará 20 novos beatos

Da redação, com Vatican News

Brasileiro Dom Antonio de Almeida /Foto: Arquivo – Arquidiocese de Fortaleza (CE)

O segundo arcebispo de Fortaleza (CE), Dom Antonio de Almeida Lustosa, foi declarado Venerável nesta quinta-feira, 22. O bispo, falecido em 1974, teve suas virtudes heroicas reconhecidas. O decreto foi promulgado pelo Papa Francisco após receber, em audiência, o cardeal Marcello Semeraro, prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos.

Antônio de Almeida Lustosa nasceu em 11 de fevereiro de 1886 de uma família da burguesia de São João del-Rei, no Estado brasileiro de Minas Gerais (MG). Aos 16 anos, foi enviado ao internado dos salesianos – o Colégio Dom Bosco – em Cachoeira do Campo (MG). Dois anos depois, decidiu tornar-se salesiano.

Segundo relatos, distinguiu-se por sua grande inteligência e real empenho na vida religiosa. Aos 26 anos, foi ordenado sacerdote. Foi feito Mestre de Noviços e também Diretor (em Lavrinhas, no Estado de São Paulo), sendo encarregado da formação dos aspirantes salesianos, dos Estudantes Salesianos de Filosofia e também de Teologia.

Episcopado

Em 1925, foi nomeado bispo de Uberaba, também em Minas Gerais (MG). Achou o seminário praticamente vazio: depois de um ano, tinha no ginásio perto de 30 seminaristas. Interessou-se pelos excluídos, fazendo sua a urgência da justiça social. Não haviam passado sequer quatro anos que foi transferido a Corumbá, no hoje Mato Grosso do Sul (MS), sede maior e com maiores dificuldades para a evangelização.

Após dois anos foi nomeado arcebispo de Belém do Pará (PA), imensa Diocese da Região Norte do Brasil. Ali ficou dez anos, prodigalizando-se com a mesma generosidade de sempre.

Em 1941, foi transferido à importante sede de Fortaleza, no Estado do Ceará (CE), onde viveu por 22 anos. Convencido de que a primeira evangelização consiste em dar dignidade às pessoas e famílias mais pobres, fundou ambulatórios, o hospital São José, escolas populares gratuitas e círculos operários. Inaugurou a “Sopa dos pobres” e os Serviços Sociais da Arquidiocese. 

Sem nunca esquecer o pastoreio das almas, deu vida ao Pré-Seminário, ao Santuário “Nossa Sra. de Fátima” e à ‘Rádio Assunção Cearense’. Para dar assistência às famílias do campo, fundou a Congregação das ‘Josefinas’.

Últimos anos

Dom Antônio foi um escritor prolífico nos setores mais variados: teologia, filosofia, espiritualidade, hagiografia, literatura, geologia, botânica. O arcebispo também atuou no campo artístico: são seus os vitrais da Catedral de Fortaleza.

Em 1963, retirou-se à Casa salesiana, de Carpina (PE), onde transcorreu os últimos 11 anos de vida. No dia 14 de agosto de 1974, entregou a sua alma a Deus. Seu corpo repousa na Catedral de Fortaleza.

Demais veneráveis, martírios reconhecidos e beatos proclamados

Além de Dom Antônio, foram também reconhecidas as virtudes heroicas de Irmã Lúcia dos Santos, que está entre os três pastorzinhos de Fátima; do sacerdote professo da Ordem dos Frades Menores e fundador da Sociedade das Irmãs Dimesse Filhas de Maria Imaculada, Antonio Pagani; da fundadora do Instituto das Irmãs Oblatas da Divina Providência, Mary Lange; e de Anna Cantalupo, da Sociedade das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo.

Foi reconhecido o martírio dos Servos de Deus Manuel González-Serna Rodríguez e 19 companheiros – mortos em 1936, na Espanha. Dez sacerdotes e dez leigos da Arquidiocese de Sevilha, assassinados durante a Guerra Civil Espanhola, em 1936, também tiveram o martírio reconhecido. Estes últimos foram proclamados beatos.

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