CONTRA A VIOLÊNCIA

Bispos equatorianos publicam nota chamando o povo à paz e à unidade

Conferência Episcopal Equatoriana escreve documento após onda de violência no país e declaração de estado de emergência do presidente Daniel Noboa

Da Redação, com CELAM e Reuters

Militares equatorianos montando guarda em Quito, capital do país / Foto: REUTERS/Karen Toro

“A violência não prevalecerá”. Diante do caos e do desespero que se espalharam pelo Equador nesta terça-feira, 9, a Conferência Espicopal Equatoriana (CEE) publicou uma nota, exortando a população à unidade, à paz e à fraternidade.

“A violência, venha de onde vier, deve nos encontrar unidos, olhando para a frente, e com a força necessária para que o Equador seja o que sempre foi, um lugar de paz, de trabalho, de fraternidade”, registra o documento.

No texto, o episcopado equatoriano pede que as pessoas não se deixem levar pelo “pânico estéril”, citando que evitem o compartilhamento de imagens alarmistas nas redes sociais. Contudo, a CEE também orienta os cidadãos do país a não caírem na “ingenuidade de resignar-se, acreditando que essa luta é apenas para aqueles que nos governam”.

Os bispos afirmam ainda que “qualquer atividade em contraste com a lei, em qualquer nível da sociedade e do Estado, deve ser considerada uma traição à pátria, aos valores mais sagrados de nossa identidade equatoriana e a Deus, que será o juiz de nossas vidas”.

Na conclusão da nota, o texto recorda que o Equador é “um país de fé”, confiando a Deus Pai a integridade de cada “equatoriano de bem” e a estabilidade do Estado como garantia de que “a paz voltará o quanto antes”.

Estado de emergência

Daniel Noboa, presidente do Equador / Foto: Reprodução Reuters

Houve cenas de agitação nas ruas de Guayaquil, Equador, nesta terça-feira, 9, enquanto o país enfrentava uma série de incidentes violentos.

A polícia deteve 13 homens armados que tomaram conta da estação televisiva TC, durante uma transmissão em direto, enquanto noutros locais pelo menos sete polícias foram raptados e ocorreram várias explosões em todo o país.

O presidente Daniel Noboa, que assumiu o cargo em novembro prometendo conter a violência relacionada ao comércio de drogas, declarou estado de emergência por 60 dias, em resposta à violência nas prisões — incluindo a tomada de guardas como reféns por presidiários — e a aparente fuga do líder da gangue Los Choneros, Adolfo Macias, no fim de semana.

Num decreto revisto na terça-feira, Noboa reconheceu um “conflito armado interno” e identificou quase duas dezenas de gangues como grupos terroristas, incluindo Los Choneros.

O governo disse que a violência é uma reação ao plano de Noboa de construir uma nova prisão de segurança máxima e transferir líderes de gangues presos.

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