Informação foi divulgada neste sábado, 30; a maioria das mortes foi registrada no continente africano
Da redação, com Agência Fides
As informações recolhidas pela Agência Fides revelam que em 2023 foram assassinados 20 missionários no mundo: um bispo, oito sacerdotes, dois religiosos, um seminarista, um noviço e sete leigos – entre homens e mulheres leigos. Embora as listas compiladas pela Fides estejam sempre abertas a atualizações e correções, mais 2 missionários foram mortos em relação ao ano anterior. Segundo a distribuição continental, este ano o número mais elevado registrou-se na África, onde foram mortos nove missionários, entre eles: cinco sacerdotes, dois religiosos, um seminarista e um noviço. Na América, seis missionários foram assassinados: um bispo, três padres, duas leigas. Na Ásia, quatro leigos morreram e na Europa um leigo foi morto.
Como nos anos anteriores, a Agência Fides utiliza o termo “missionário” para todos os batizados que, em virtude do Batismo recebido, tornou-se um discípulo missionário. ~Cada batizado, qualquer que seja a sua função na Igreja e o nível de educação da sua fé, é sujeito ativo da evangelização”, afirmou o Papa Francisco em sua Exortação Apostólica Evangelii gaudium. Além disso, a lista anual da Fides não diz respeito apenas aos missionários ad gentes em sentido estrito, mas leva em consideração todos os batizados envolvidos na vida da Igreja que morreram de forma violenta, mesmo quando isso não ocorre expressamente “em ódio à fé”.
Pessoas com uma vida normal
De acordo com a Fides, um dos traços distintivos que a maioria dos agentes pastorais mortos em 2023 tinham em comum é a sua vida normal: não realizaram ações sensacionais ou empreendimentos extraordinários que pudessem ter chamado a atenção. Ao observar as circunstâncias de suas mortes violentas, encontra-se sacerdotes que iam celebrar a missa ou realizar atividades pastorais em alguma comunidade distante; ataques armados perpetrados em ruas movimentadas; ataques a reitorias e conventos onde se dedicavam à evangelização, à caridade e à promoção humana. Muitos foram vítimas de sequestros, atos de terrorismo, envolvidos em tiroteios ou violências de vários tipos.
Nesta vida “normal” vivida em contextos de pobreza econômica e cultural, de degradação moral e ambiental, onde não há respeito pela vida e pelos direitos humanos, mas muitas vezes apenas a opressão e a violência, estavam também unidos por outra “normalidade” , o de viver a fé oferecendo o seu simples testemunho evangélico como pastores, catequistas, agentes de saúde, animadores da liturgia, da caridade.
“Poderiam ter ido para outro lugar, mudado para lugares mais seguros, ou desistido dos seus compromissos cristãos, talvez reduzindo-os, mas não o fizeram, apesar de estarem conscientes da situação e dos perigos que enfrentavam todos os dias”, afirmou a agência.