Instituída há 25 anos por João Paulo II, a Festa da Misericórdia é celebrada em todo o mundo no primeiro domingo após a Páscoa, atendendo pedido do próprio Jesus a Santa Faustina

Kelen Galvan
Da redação

A Canção Nova se une a toda a Igreja para celebrar a Festa da Divina Misericórdia. A programação acontece a partir desta quinta-feira, 24, até domingo, 27, na sede da instituição, em Cachoeira Paulista (SP). Esta é uma festa litúrgica celebrada no primeiro domingo após a Páscoa, que foi instituída pelo Papa João Paulo II há 25 anos. Dentro do contexto do ano jubilar da Esperança, o tema deste ano é “Sois a doce esperança para o pecador” (D. 951).

“É um tema retirado do Diário de Santa Faustina, com o objetivo de trazer realmente muita esperança aos corações dos peregrinos que vierem para a Canção Nova”, explica a missionária da Canção Nova, Daniela Costa Miranda Camarão, uma das referências na divulgação desta devoção.

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A festa, celebrada no mundo inteiro, atende o pedido de Jesus feito a Santa Faustina. Daniela lembra que, conforme descreve o Diário, a primeira vez que Jesus pediu que esta celebração fosse instituída foi em 1931. Na ocasião, Ele pediu que a religiosa pintasse a imagem, conforme o modelo que ela estava vendo, com a inscrição “Jesus, eu confio em Vós”.

“Ela foi contar sobre esse pedido ao seu confessor, e ao sair do confessionário ouviu as palavras de Jesus: ‘Eu desejo que haja a Festa da Misericórdia. Quero que essa Imagem, que pintarás com o pincel, seja abençoada solenemente no primeiro domingo depois da Páscoa, e esse domingo deve ser a Festa da Misericórdia’ (Diário, n. 49)”, recorda.

Padre Alex Freitas, da Comunidade Canção Nova, destaca que a Festa da Misericórdia é importante porque manifesta o desejo dos fiéis do mundo inteiro de louvar a Divina Misericórdia. “É uma resposta da Igreja ao apelo de Jesus Cristo de que houvesse essa celebração litúrgica em que todos os pecadores pudessem encontrar o perdão, a misericórdia do coração indulgente e favorável de Deus”.

Devoção para o novo milênio

Santa Faustina, conhecida como “Apóstola da Divina Misericórdia” faleceu em 1938, aos 33 anos de idade. Ela foi canonizada por João Paulo II, no dia em que ele instituiu a Festa da Misericórdia, em 30 de abril de 2000, no primeiro domingo após a Páscoa.

“Quando o Papa instituiu a Festa da Misericórdia, ele disse que essa é a ‘devoção para o novo milênio’. Era como se Deus estivesse dando um presente para o novo milênio, com a devoção à Divina Misericórdia. Ela é muito importante para este tempo, em que as pessoas estão afastadas de Deus e a misericórdia é justamente para os pecadores, os que estão afastados, para que se voltem ao amor misericordioso do Pai”, afirma Daniela.

O desejo de Jesus pela Festa da Misericórdia aparece ainda em outras ocasiões, como descreve o Diário de Santa Faustina. Em uma das ocasiões, no ano de 1937, Jesus diz à religiosa: “As almas se perdem, apesar de Minha amarga Paixão. Estou lhes dando a última tábua de salvação, isto é, a Festa da Minha Misericórdia. Se não venerarem a Minha misericórdia, perecerão por toda a eternidade. – Secretária da Minha misericórdia, escreve, fala às almas desta Minha grande Misericórdia, porque está próximo o dia terrível da Minha justiça” (Diário, n. 965)

Padre Alex afirma que essa expressão que diz que a Misericórdia de Deus é a última tábua de salvação nos conduz ao imaginário de um naufrágio em que, no meio da dificuldade de salvar-se, alguém encontra uma tábua na qual pode agarrar-se e salvar a própria vida. “A misericórdia de Deus é a nossa chance. Nem digo que seja a última chance, mas a única chance de salvação”, enfatiza.

Tempo de graça para os homens

O sacerdote explica que o fato da Festa da Misericórdia acontecer no encerramento da Oitava da Páscoa traz um significado especial.

“Isso quer dizer que a Misericórdia de Deus se expressa e encontra o seu sentido no Mistério Pascal de Cristo. Foi por Seu amor misericordioso que o Pai nos deu seu Filho, que morreu e ressuscitou por nós. Portanto, tudo o que está disposto para nós, as indulgências, a caridade fraterna, a vida de oração, a Palavra de Deus, os Sacramentos, sobretudo a Eucaristia, são meios de encontro com a Misericórdia de Deus”, indica.

Daniela cita um trecho da introdução do Diário de Santa Faustina, que destaca que a Festa da Misericórdia “não é somente um dia de particular adoração a Deus no mistério da misericórdia, mas é também um tempo de graça para todos os homens”. “Desejo que a Festa da Misericórdia seja refúgio e abrigo para todas as almas, especialmente para os pecadores” (Diário n. 699).

Outro trecho da introdução destaca que, para receber esses dons que o Senhor atribuiu à Festa da Misericórdia, é preciso cumprir algumas condições: confiança na bondade de Deus (cf. D. 570), amor ativo para com o próximo e estar em estado de graça santificante (após a confissão) recebendo dignamente a Sagrada Comunhão.

Festa na Canção Nova

Este ano, a Festa da Misericórdia na Canção Nova terá algumas novidades, uma delas será o “grande lenço da misericórdia”. “Se no mundo as torcidas descem a bandeira do seu time nas arquibancadas, a nossa bandeira é Jesus Cristo. Então nós vamos passar esse grande lenço e estaremos debaixo dos raios da Divina Misericórdia. O nosso objetivo é estarmos debaixo dos raios de sangue e água que jorrou do coração de Jesus. Esse momento forte será no domingo de manhã”, conta Daniela Miranda.

Ela diz ainda que no sábado também haverá um momento especial. “Queremos dedicar o sábado antes da Festa da Misericórdia à Nossa Senhora. E a inspiração que o Senhor trouxe para nós em oração foi ‘da enfermaria de Nossa Senhora’. Nós vamos entrar nesta enfermaria e ali o médico dos médicos, Jesus Cristo, vai nos curar. Com a intercessão de Sua mãe, a grande enfermeira Nossa Senhora, ela vai nos alcançar a graça da cura e da libertação”, explica.

Entre as presenças confirmadas para estes dias de evento, estão: Padre Alex Freitas, Padre Evandro Lima, Padre Fábio de Melo, Padre Francisco Amaral, Adriana Pereira, Daniela Miranda, Gabrielle Sanchotene, Salette Ferreira, Eugênio Jorge, e ministério de música Canção Nova.

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